Classe C paga à vista e alta renda, a prazo

Leia em 2min 10s

Consumidores da nova classe média já não têm intenção de pagar celulares e computadores de forma parcelada

Com dívidas de carro e casa, comprados a prazo, opção agora é juntar dinheiro para comprar e pagar à vista


Crediários com prazos longos e parcelas que cabem no bolso não estão mais nos planos de consumidores da nova classe média. Agora, eles pretendem comprar à vista itens como celulares, computadores e tablets.

São os brasileiros de alta renda os que têm intenção de comprar esses mesmos produtos de forma parcelada.

O resultado foi apontado em um levantamento com 1.019 consumidores de 71 cidades do país feito pela Associação das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e pelo Data Popular, instituto especializado em baixa renda. A consulta ocorreu em dezembro de 2011 e janeiro deste ano.

Entre as famílias com renda mensal na faixa de R$ 3.000, 53% informaram ter intenção de comprar esses itens à vista. No caso das famílias com renda mensal acima de R$ 5.000, esse percentual é de 42,4%.

"A nova classe média está há quatro anos consumindo. Comprou carro e casa de forma parcelada. Já teve alguma experiência de endividamento. Quer continuar consumindo, mas com mais cautela", diz Julio Takano, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Abiesv).

No fim do ano passado, 54% dos brasileiros da classe média informaram que usariam o 13º salário para pagar dívidas. Segundo a Fecomercio-SP, a quantidade de paulistanos com contas atrasadas em abril é a maior desde setembro de 2007.

Para Renato Meirelles, diretor e sócio do Data Popular, o crédito na alta renda é mais farto, e os juros cobrados no parcelamento têm menos impacto para essa faixa do que para a nova classe média.

"Nem o limite do cartão ele pode estourar. Depende do cartão para compras no supermercado e em outros locais; por isso, opta por comprar à vista quando pode."

Silvio Rogério de Oliveira decidiu parar de comprar parcelado após ter feito dívidas em dois cartões de crédito, de cerca de R$ 2.000. "Quando parei de comprar a prazo, me organizei. Comprei um celular, mas à vista."

Seis em cada dez consumidores da classe média têm intenção de comprar celulares à vista, segundo a pesquisa.

"Ter limite de crédito é tentador, assim como ter muitos cartões. Mas é preciso ter disciplina, não atrasar pagamentos, deixar separado o valor mensal da dívida e não gastá-lo em outras contas", diz Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.




Veículo: Folha de S. Paulo


Veja também

Fabricante festeja resultados do Dia das Mães

Fabricantes dos produtos mais procurados pelos consumidores no Dia das Mães, como roupas, artigos de beleza, celu...

Veja mais
Estoque para Dia das Mães está até 30% maior

O ânimo parece estar de volta às redes varejistas, que resolveram reforçar os estoques para o per&ia...

Veja mais
Hypermarcas registra alta de 24% no lucro

A Hypermarcas fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 40,8 milhões, 23,9% mais que o apurado u...

Veja mais
Biscoito caseiro feito na fábrica

Empresas que produzem biscoito de polvilho viram indústrias e fecham parcerias com varejistas no Brasil e nos EUA...

Veja mais
HP traz ao mercado brasileiro o ultrabook Folio

Primeiro modelo do gênero da fabricante americana é anunciado logo após a japonesa Sony també...

Veja mais
Plantio tardio dá prejuízo

Agricultores que desafiaram o clima e cultivaram soja fora do período recomendado se preparam agora para colher o...

Veja mais
Batavo lança “leite ecológico” para briga com Vigor e Danone

A Danone se aproxima de encerrar 2012 com faturamento de R$ 2 bilhões, meta estabelecida há quase quatro a...

Veja mais
Adria, da M.Dias Branco, cria o Liggero!, que visa abocanhar fatia de massas instantâneas

De carona no crescimento da categoria de massas instantâneas, que é a que mais avança no Brasil e qu...

Veja mais
Hypermarcas retoma rota de crescimento

Após um fim de 2011 magro, a Hypermarcas - de medicamentos e bens de consumo - apresentou um crescimento de 14% n...

Veja mais