Valor médio praticado no Estado ao longo de maio foi de R$ 0,891 por litro do produto.
O início do período de seca tem reduzido a captação de leite em Minas Gerais e demais regiões produtoras do país. O reflexo já é sentido pelos pecuaristas, que estão recebendo mais pelo litro do produto. De acordo com os dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), somente no Estado foi registrada alta de 1,14% nos preços. O valor médio praticado ao longo de maio foi de R$ 0,891 por litro de leite.
Segundo os pesquisadores do Cepea, apesar da intensificação da seca, prevista para os próximos meses, a tendência é a de que os preços pagos pelo litro do leite sofram retração. Dados levantados pelo Centro mostram que o principal motivo é a redução da margem de lucro das indústrias e cooperativas. Segundo os agentes ouvidos pela instituição, a redução da lucratividade foi promovida pela valorização da matéria-prima, ocorrida nos últimos meses, e a estabilidade dos valores dos derivados de leite no segmento atacadista.
Entre janeiro e abril, o preço médio pago pelo produto aos pecuaristas ficou 12% acima do observado no mesmo período de 2011, enquanto o preço do leite longa vida, por exemplo, manteve-se estável. Outro fator que tem prejudicado as vendas da indústria nacional é o grande volume de lácteos importados a preços relativamente baixos, se comparados aos do produto nacional. Somente as importações oriundas do Uruguai aumentaram 26% no primeiro quadrimestre.
Em maio, os preços pagos pelo litro de leite, referente à produção entregue em abril, ficaram 1,14% superiores em Minas Gerais quando comparados com o valor praticado em abril. Os preços recebidos pelos pecuaristas variaram entre R$ 0,811 e R$ 0,951. A média estadual foi de R$ 0,891.
No período, a maior alta foi observada nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, locais onde os preços pagos pelo litro de leite valorizaram 1,17%. O valor máximo praticado ficou em R$ 0,983; o mínimo a R$ 0,826 e a média R$ 0,924.
Tendência - A tendência de alta também foi registrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Em maio os pecuaristas receberam em média R$ 0,922 por litro de leite. O incremento de 1,15% fez com que os preços máximos chegassem a R$ 1,03 e o mínimo a R$ 0,841.
No Vale do Rio Doce, Sul de Minas e Sudeste também foram observadas altas, porém em patamares menores. No Rio Doce o incremento, em maio, foi de 0,39%, na região os pecuaristas receberam em média R$ 0,937 por litro de leite. O valor máximo alcançou R$ 1,031 e o mínimo R$ 0,857.
Já a cotação do litro de leite nas regiões Sul e Sudeste de Minas Gerais teve incremento de 0,21%. Os pecuaristas receberam, em média, R$ 0,869 pelo produto. O valor mínimo praticado foi de R$ 0,775 e o maior de R$ 0,911.
O incremento na média estadual de preços foi suficiente para cobrir a elevação dos custos de produção. De acordo com os dados do Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), calculado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), os custos da percuária leiteira em Minas Gerais, referentes à produção de abril, ficaram 0,08% superiores aos observados em março.
No acumulado do primeiro quadrimestre, o incremento ficou em 3,32%. A elevação registrada em abril manteve a seqüência de alta nos preços dos insumos utilizados nos sistemas de produção de leite iniciada em novembro de 2011.
Na média brasileira, ao longo de maio, o preço médio pago pelo leite aos produtores teve leve aumento de 0,8% em relação ao mês anterior, indo para R$ 0,8742 por litro. O valor considera a média ponderada pelos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Em termos reais, o preço do leite ficou 0,5% abaixo do registrado em maio de 2011. Desde aquele mês o preço real não ficava abaixo do verificado em igual período do ano anterior.
Veículo: Diário do Comércio - MG