Falta GLP para atender cerâmicas em SC

Leia em 2min 50s

As indústrias cerâmicas do sul de Santa Catarina, dependentes do gás natural e paradas desde o início da semana por conta do incidente no duto do Gasbol, fazem esforços para tentar operar alguns fornos com o uso do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Mas os esforços têm pouco resultado prático. As empresas alegam que também há falta de GLP, de caminhão para o seu transporte e de vaporizadores, aparelhos que transformam o gás líquido em vapor e permitem seu uso nos fornos. 

 

As indústrias também pediram aos governos do Estado e federal a suspensão do pagamento de impostos por seis meses e, posteriormente, o parcelamento desses valores em 180 meses. Os impostos seriam ICMS, IPI, PIS e Confins. Também pediram a abertura imediata de crédito no BNDES para capital de giro no valor de R$ 500 milhões e o adiamento do pagamento das faturas de gás da SCGás em até 90 dias depois do restabelecimento do insumo. 

 

Ontem, em reunião na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), os empresários do setor receberam informação do gerente de vendas da Liquigás para a região Sul, Erasmo Cléber Andrade, de que só estavam disponíveis 10 caminhões para o transporte de GLP em todo o país, uma quantidade que seria muito pequena para atender o setor, uma vez que cada forno usa pelo menos dois caminhões. A Liquigás é controlada pela Petrobras. "O cenário para a Liquigás auxiliar as empresas é muito limitado", disse Andrade, afirmando que o mercado em geral não estava preparado para esse tipo de problema. 

 

A falta de GLP e de caminhões decorre do fato de a produção desse gás hoje no país não ser suficiente para atender o parque industrial, que neste momento precisa do insumo, segundo informações de Otmar Müller, presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de SC e diretor industrial da Eliane. "No passado, a própria estrutura das refinarias privilegiava GLP, mas isso foi modificado com a chegada do gás natural", explica. 

 

Mesmo com dificuldades, a Eliane foi a primeira a começar a usar o GLP, e outras indústrias, como Portobello e Cecrisa, poderão fazer o mesmo, mas de forma bastante limitada. 

 

A Eliane religou, na noite de terça-feira, apenas um dos seus 17 fornos, improvisando um vaporizador, que conseguiu pronto no mercado, mas que é de capacidade menor do que o ideal. Um único forno ligado representa apenas 12% da produção. Só na Eliane, segundo Müller, o prejuízo é de R$ 1,4 milhão por dia. 

 

Segundo as empresas, os vaporizadores são, em geral, construídos sob encomenda e levam, no mínimo, 20 dias para serem feitos, sendo raros os que podem ser encontrados prontos no mercado. 

 

O diretor industrial da Portobello, Nilton Bastos Filho, diz que a fábrica em Tijucas (SC) está parada desde segunda-feira, mas ele trabalha para retomar parcialmente a operação, com previsão de religar cinco fornos, de um total de 15, no início da próxima semana com o GLP. "Ainda não conseguimos todo o GLP que precisamos, mas estamos tentando". O desligamento dos fornos causou prejuízos de R$ 500 mil na estrutura física e a parada gerará perdas de 50% do faturamento mensal. 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Natal do Carrefour

O Carrefour informou hoje que prevê crescimento nominal de 15% do seu faturamento neste Natal sobre o mesmo per&ia...

Veja mais
Santos recebe navios desviados de Itajaí

Terminais portuários de Santos estão recebendo cargas conteinerizadas originalmente destinadas ao porto de...

Veja mais
Marisol prepara expansão da rede Blue Pink

Depois de investir R$ 10,1 milhões na compra de 50% da Blue Pink (BPK S/A), varejista que atua no segmento de enx...

Veja mais
Unilever leva Omo, Surf e Brilhante para o Nordeste

As regiões de Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que juntas somam 27% da riqueza nacional, são o novo foco da...

Veja mais
Calçada, e não calçadão

  Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Brindes criativos faturam mais no Natal

A crise financeira internacional não deverá respingar sobre as cerca de quatro mil empresas fornecedoras d...

Veja mais
Panetone garante caixa das empresas

Com presença cativa nas mesas de natal brasileiras, o panetone tem se tornado um negócio cada vez mais atr...

Veja mais
OMC ratifica derrota da UE em contencioso da banana

A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou ontem que as tarifas de importação de...

Veja mais
Medidas de apoio aos produtores de leite e de café

Prejudicados por um excesso de oferta no mercado doméstico, os produtores de leite ganharam ontem do governo gara...

Veja mais