Spam, enlatado de épocas de crise, volta a ser sucesso de vendas

Leia em 3min 40s

A economia está em farrapos e, para milhões de pessoas, o futuro é incerto. Mas para alguns empregados aqui na fábrica da Hormel Foods, o momento nunca foi melhor. Eles estão trabalhando em um ritmo louco e acumulando todas as horas extras que quiserem.

 

Tais trabalhadores fabricam o Spam (um apresuntado em lata). Essa que talvez seja a comida icônica dos tempos difíceis na despensa americana.

 

Através da guerra e da recessão, os americanos se voltaram ao produto enlatado e brilhante da Hormel como uma maneira de economizar dinheiro, colocando na mesa algo que lembre carne. Agora, em um sinal dos tempos, isso está acontecendo novamente, e a Hormel está fabricando tanto Spam quanto seus trabalhadores conseguirem produzir.Em uma fábrica localizada ao lado da Interestadual 90, dois turnos de empregados têm feito Spam sete dias por semana desde julho, e foi dito a eles que o implacável ritmo de trabalho vai continuar indefinidamente.

 

O Spam, um retângulo gelatinoso de aproximadamente 340 gramas de presunto e carne de porco apimentados, pode estar entre as comidas mais mal faladas do mundo, rejeitado e considerado intragável pelas elites dos alimentos e espetado pelos comediantes que têm criado teorias espertalhonas a respeito do seu nome (um exemplo: algo que se faz passar por de carne, aproveitando as iniciais do nome em inglês).

 

Mas atualmente, os consumidores estão redescobrindo os alimentos relativamente baratos e o Spam está entre eles. A lata de Spam de aproximadamente 340 gramas, comercializada como "Gosto Louco", custa cerca de US$ 2,40. "As pessoas estão percebendo que não é um produto tão ruim", disse Dan Johnson, 55, que opera um forno de 21 metros para a fabricação de Spam.

 

A Hormel se negou a cooperar com este artigo, mas vários de seus empregados foram entrevistados aqui recentemente com a ajuda de seu sindicato, o United Food and Commercial Workers International Union Local 9. Jogados nas cadeiras no corredor do sindicato depois de fabricar 149,9 mil latas de Spam no turno do dia, vários trabalhadores veteranos disseram que já haviam passado por períodos de boom antes – mas nenhum como este.

 

O Spam "parece se dar bem quando chegam os tempos difíceis", disse Dan Bartel, agente do sindicato. "Vamos provavelmente ver linhas de Spam em vez de linhas de sopa".

 

Mesmo quando os consumidores estão reduzindo o consumo de todos os tipos de bens, o Spam está entre um grupo seleto de itens alimentícios econômicos que estão firmes nas vendas.

 

Misturas para fazer panquecas e batatas instantâneas estão explodindo, assim como as vitaminas, os conservantes de frutas e vegetais e a cerveja, de acordo com dados de outubro compilados pela Information Resources, uma empresa de pesquisa de mercado.

 

"Vimos um aumento de dois dígitos na venda de arroz e feijão", disse Teena Massingill, porta-voz da rede de supermercados Safeway. "Eles realmente satisfazem". A Kraft Foods disse recentemente que alguns de seus produtos econômicos como o macarrão e o queijo, o Jell-O e o Kool-Aid estavam tendo um grande crescimento. As vendas do Velveeta ainda estão crescendo, se é que não estão explodindo. O Velveeta é um produto da Kraft que lembra, de certa forma o queijo, assim como o Spam lembra o presunto.

 

O Spam tem um lugar especial na história culinária dos EUA, tanto com fonte de humor resistente e de proteína barata durante os tempos difíceis.

 

Inventado durante a Grande Depressão por Jay Hormel, filho do fundador da companhia, o Spam é uma combinação de presunto, carne de porco, açúcar, sal, água, fécula de batata e uma "pitada" de nitrato de sódio "para ajudar o Spam a manter sua maravilhosa cor rosa", de acordo com o site da Hormel.

 

Porque é fechado a vácuo em uma lata e não requer refrigeração, o Spam pode durar anos. A Hormel diz que é "como carne com um botão pause".

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Spam se tornou uma elemento principal para as tropas aliadas no exterior. Elas o introduziram aos residentes locais, e ele permanece popular em muitas partes do mundo onde as tropas ficaram estacionadas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Perda no campo de SC é de R$ 415 milhões

Entidades ligadas ao setor agropecuário catarinense começam a colocar na ponta do lápis as perdas d...

Veja mais
Aracruz sofre ação por perdas nos EUA

Enquanto negocia com os bancos credores como pagará as perdas de US$ 2,1 bilhões com derivativos cambiais ...

Veja mais
Consumo de bem não-durável sobe 2%

A quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em meados de setembro, não alterou os hábitos de consu...

Veja mais
Hering não cancela nem adia investimento

A Hering, que atua no setor de vestuários como fabricante e varejista, informou ontem que não pretende can...

Veja mais
Carrefour e Pão de Açúcar apostam em fim de ano "gordo"

O Carrefour prevê alcançar crescimento de 15% entre as categorias alimentar e não-alimentar durante ...

Veja mais
Natal entusiasma o varejo eletrônico

A briga será forte entre as redes de comércio eletrônico (e-commerce) neste período que antec...

Veja mais
Chuvas no Sul param setores têxtil e cerâmico

Diversas indústrias do setor produtivo do sul do País continuam sofrendo impactos das chuvas que castigam ...

Veja mais
Walt-Mart inaugura loja de atacado na Maraponga

Pensando no segmento do atacado, a diretoria do grupo promete oferecer preços 5% mais baratos do que o praticado ...

Veja mais
Unilever investe em fábrica no Nordeste

Unidade, que fabrica o popular Ala, vai produzir também o sabão Omo   A subsidiária brasilei...

Veja mais