Unidade, que fabrica o popular Ala, vai produzir também o sabão Omo
A subsidiária brasileira da Unilever anunciou ontem, em Recife, que vai investir R$ 85 milhões na ampliação da fábrica de Igarassu, a 39 km da capital pernambucana. Esse deverá ser o único investimento em produção feito pela companhia em 2008.
A fábrica, inaugurada em 1996, produz atualmente apenas o sabão em pó Ala - marca criada no Brasil e voltada à população de baixa renda. Na época, foram investidos US$ 12 milhões. Com a expansão, a planta passa a fazer também as marcas Omo, Surf e Brilhante.
Outra novidade é que a produção pernambucana, atualmente destinada apenas ao Norte e Nordeste, passará a abastecer, dentro de um ano e meio, quando as obras estiverem concluídas, o Centro-Oeste. Depois da expansão, a unidade de Igarassu será a terceira maior unidade voltada ao detergente em pó do continente americano. Atualmente a maior fábrica fica em Indaiatuba (SP). A previsão é que sejam gerados 92 empregos diretos e 300 indiretos. Um dos diferenciais da planta, diz a empresa, é o uso de uma tecnologia que reduz em 30% a emissão de gás carbônico.
O crescimento do poder aquisitivo das classes C e D influenciou na decisão da Unilever de aumentar a aposta na unidade pernambucana. Apesar da produção local de outras marcas de sabão, Luiz Carlos Dutra, vice-presidente de Assuntos Corporativos, prevê que o Ala não perca espaço no Norte e no Nordeste. “Com o investimento, o objetivo é aumentar as vendas de todas as marcas”, diz.
Atualmente, o Omo tem 49% de participação nas vendas nacionais e 37% entre os nordestinos, segundo dados do instituto de pesquisa Nielsen. O Ala detém 19% no Nordeste. O produto, considerado bem-sucedido na corporação por atingir as classes mais populares, foi levado também para mercados como o da Rússia e da Índia. O sabão ganhou outro nome nesses países, mas o mesmo princípio de produção.
Não é de hoje que o Nordeste está na mira da Unilever. Nos últimos anos, a região tem estado entre as prioridades da empresa. Em 2005, foram investidos R$ 63 milhões na construção de uma fábrica em Ipojuca (PE). No ano seguinte, o aporte somou R$ 30 milhões.
Veículo: O Estado de S.Paulo