Atacadistas de Minas perdem colocação em ranking nacional

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Os atacadistas de Minas Gerais, que ocupavam a liderança absoluta no mercado nacional, estão perdendo espaço para representantes de outros estados. Somente entre 2010 e 2011, oito empresas caíram no ranking que reúne os maiores faturamentos, feito pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). E a expectativa para este ano é que outros mineiros percam posição na lista das 20 grandes companhias do setor.

O líder de mercado no segmento de atacado distribuidor continua sendo a Martins, com sede em Uberlândia (Triângulo), que fechou 2011 com uma receita de R$ 3,4 bilhões. A segunda posição é ocupada pela Profarma (Rio de Janeiro), que alcançou R$ 3,3 bilhões. As terceira e quarta posições permanecem ocupadas por mineiros: a Tambasa (Contagem), com R$ 1,3 bilhão, e Grupo Megaforte (Contagem), com 1,1 bilhão.

Mas, ainda no segmento de atacado distribuidor, três empresas mineiras perderam espaço. A primeira é a Vila Nova (Poços de Caldas), que passou da 9ª para a 11ª posição. A Embrasil (Ribeirão das Neves) caiu da 15ª para a 20ª. E, a União (Uberlândia), que tinha o 15º maior faturamento em 2009 e o 24º em 2010, continuou em queda em 2011, segundo o presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Ronaldo Saraiva Magalhães. "A empresa não informou os números referentes a 2011, mas já é de conhecimento do mercado que ela caiu no ranking", adianta.

No segmento de atacado de autosserviço, as quatro primeiras colocações são de empresas do estado de São Paulo: Makro, Assaí, Tenda Atacado, Atacadista Roldão e Spani Atacadista. Porém, na briga pelas demais posições no ranking, Minas Gerais também está perdendo espaço. A autosserviço Cema (Montes Claros) caiu da 6ª colocação para a 7ª. A Deck Minas Distribuidora (Contagem) passou de 7ª para 8ª. O Mart Minas (Contagem) deixou de ser o 8º e passou a ser a 9ª, enquanto a Luiz Tonin (São Sebastião do Paraíso) deixou a 10ª posição e passou a ocupar a 11ª. E, por fim, a Vila Nova passou de 11º para 12º.

Concorrência - Segundo Magalhães, a maior dificuldade do setor é disputar com os empresários de outros estados. "A guerra fiscal está cada vez maior e nós estamos levando prejuízo", afirma. Ele acredita que a tendência é de um 2012 pior para as empresas mineiras. E a projeção, segundo ele, é que mais empresas caiam no ranking nos próximos anos. Goiás, Espírito Santo e a região Nordeste do país, de um modo geral, são apontados como as maiores ameaças para o atacado mineiro.

O analista de varejo que presta consultoria para a Abad, Nelson Barrizzelli, explica que a redução da participação de Minas no mercado nacional está associada também à transferência dos principais mercados consumidores. Isso porque, quando o maior potencial de crescimento do consumo estava nas regiões Sudeste e Sul, Minas Gerais se consolidou como um Estado com posicionamento privilegiado logisticamente. Porém, agora esse ponto passou a ser no Centro-Oeste e Nordeste. Dessa forma, abre-se espaço para que empresas localizadas em outras regiões também se sobressaiam.

As empresas atacadistas e distribuidoras de Minas Gerais alcançaram um incremento de 14,9% no faturamento em 2011 frente a 2010. Isso porque a receita passou de R$ 9,4 bilhões para R$ 10,8 bilhões. Já o crescimento médio nacional foi abaixo da registrado no Estado. Em todo o país, o faturamento passou de R$ 151,23 bilhões para R$ 164,55 bilhões, o que equivale a uma alta de 8,8%.

Minas Gerais, que já foi líder do mercado nacional, ficou na segunda posição, perdendo para São Paulo. Esse último alcançou um faturamento em 2011 de R$ 15,4 bilhões. As perspectivas para este ano são de um crescimento menor do faturamento de Minas Gerais, segundo Magalhães. "A economia está crescendo menos e Minas perde competitividade a cada dia. Não devemos crescer quase 15% novamente", afirma. Segundo Barrizzelli, nacionalmente o crescimento também será mais moderado. Ele espera algo em torno de 6%, levando-se em conta os resultados do varejo.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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