Bolsa suspende negócios com ações da Parmalat

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Um requerimento de falência levou a Bovespa a suspender as negociações das ações da Parmalat até o início da tarde de ontem. O tal requerimento foi feito na 1 Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Fórum Central por Gregor Costa, que movia uma ação trabalhista contra a empresa no valor de R$ 283 mil reais - causa já ganha por Costa, mas valor ainda não reembolsado pela Parmalat que considerou a ação na área de falências "maliciosa. A nova lei de recuperações segue modelo americano que privilegia a manutenção da empresa e conseqüentemente a continuidade sua atividade econômica, e ele foi de encontro a ela".

 

Distante dessa discussão trabalhista, a Laep Investments viu o valor de suas ações subirem mais de 42% durante o pregão de ontem. Depois de seguidas quedas, o papel da holding atingiu a cotação de R$ 0,47, arrancada para a qual nem o mercado de analistas conseguiu encontrar justificativa, uma vez que o Conselho Administrativo da Laep já havia "liberado a negociação dos ativos das empresas que compõem a Lácteos, entre elas a Parmalat.

 

Suscetível até mesmo à um engano trabalhista, no curto período em que foram negociadas as ações da Parmalat registraram queda de 12,5% fechando o pregão de ontem cotadas a R$ 7. Entretanto, apenas 0,2% das ações da empresa são negociadas na Bovespa.

 

A Parmalat enfrenta há dois anos uma recuperação judicial, opção que poderia ter sido escolhida pelo autor da ação para habilitar o crédito pleiteado. O plano de recuperação proposto pela empresa e aceito pela justiça é uma espécie de contrato multilateral firmado pela companhia para ajustar as dívidas com credores. Estes são divididos em três categorias: os financeiros garantidos, Banco do Brasil e Bank Boston (que neste fim de ano recebe a última parcela no valor inferior a R$ 200 mil); os financeiros não garantidos, que já não existem mais graças a um desembolso de R$ 120 milhões (R$ 101 conseguidos com a venda da Batavo, e R$ 19 referentes a recursos próprios); e ainda os credores operacionais, que de 11 mil estão hoje em menos de 500, quatro deles donos de 80% da fatia de dívidas que a Parmalat se comprometeu a quitar judicialmente ao longo de 48 meses. O montante dessas dívidas é de R$ 2,5 milhões, valor que deve chegar a R$ 3,5 no final do período.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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