Micro-ondas vira estrela de vendas em 2012

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Com preço baixo, produto cresce 36,8% de janeiro a maio, comparado a igual período de 2011; TV, também sem IPI menor, cai 2,6%

Linha branca, que inclui fogão e geladeira, compensou queda de outros bens duráveis; região NE é destaque

Impulsionada pela redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), a venda de produtos da linha branca (fogão, geladeira) cresceu 11,4% de janeiro a maio em relação ao mesmo período do ano passado.

A desoneração vigorou no primeiro semestre e foi prorrogada por mais dois meses. O anúncio foi feito há uma semana, com o objetivo de incentivar a produção e incrementar o consumo no setor.

Nos primeiros cinco meses, o faturamento do setor de bens duráveis (inclui linha branca e outras seis categorias) alcançou R$ 32,2 bilhões, o equivalente a quase metade do PIB do Uruguai. A previsão é fechar o ano com R$ 80 bilhões.

Os dados constam de estudo da GfK, empresa de pesquisa de mercado, e foram compilados a partir de 66 produtos pesquisados em 38 mil pontos de venda do país.

Micro-ondas (que está fora da redução do IPI), máquina de lavar roupas e refrigeradores são os mais vendidos na categoria linha branca. Nordeste, Norte e Centro-Oeste tiveram destaque.

"Somente 55% dos lares têm máquina de lavar roupas. Por isso, a desoneração tem impacto direto na venda desses produtos, especialmente para as pessoas menos favorecidas", diz Fernando de Castro, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo, que representa 37 empresas de diversos ramos.

Sem detalhar números, a Mabe (dona das marcas Continental, GE e Dako) informa que as vendas de fogões, máquinas de lavar e geladeiras estão acima da média do setor. "Com o IPI reduzido por mais dois meses, deve haver uma antecipação das compras de fim de ano", diz Marcelo Vienna, vice-presidente da empresa.

IMPACTO NA PRODUÇÃO

Na indústria, a produção dos setores de móveis e linha branca destoaram dos demais. Em abril e maio, a fabricação desses itens cresceu, em média, 8,7% e 18,7%, respectivamente, enquanto a indústria geral teve queda de 3,9%, de acordo com o IBGE.

Segundo André Macedo, economista do instituto, o menor valor unitário desses bens e o fato de os estoques não estarem tão elevados quando o benefício fiscal passou a vigorar (dezembro para linha branca e abril para móveis) explica a eficácia maior do que para veículos.

No setor automotivo, diz, o efeito não foi notado: os pátios das montadoras estavam cheios e a inadimplência em alta inibe o consumo.

Lourival Kiçula, presidente da Eletros (entidade que reúne fabricantes), diz que desoneração de IPI é "um chamariz" de vendas. A entidade estima alta de 12% na produção de itens da linha branca no primeiro semestre e vai pleitear a renovação do incentivo ao menos até o fim do ano. "Ficou claro que a medida foi um sucesso."

Para José Luiz Fernandez, presidente da Abimóvel, o setor ainda acumula estoques excessivos e o impacto da medida será mais percebido no segundo semestre, quando a produção deverá crescer 6%. De janeiro a maio, a alta foi de 2,5%.


Veículo: Folha de S.Paulo


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