Panificação já sente desaceleração do consumo em 2012

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A indústria de panificação já reflete a redução do consumo pela qual passa o País e espera em 2012 crescer de 2% a 3%, acompanhando o PIB nacional, ante alta de 11,3% do faturamento em 2011, em relação ao do ano anterior. Ano passado, o setor, composto de 63 mil empresas, faturou cerca de R$ 56 milhões, gerando 800 mil empregos diretos e 1,5 milhão de indiretos.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo, Antero José Pereira, para além da dificuldade conjuntural, o setor de panificação enfrenta dois grandes desafios: a informalidade e a falta de mão de obra qualificada. "Nosso setor é assolado por fabriquetas de fundo de quintal, que vendem pão de porta em porta. Na cidade de São Paulo calculamos que 20% do pão consumido vem dessa clandestinidade", diz.

Já o déficit de mão de obra é de 10 mil pessoas no Brasil, segundo cálculo do sindicato. "Falta pessoal qualificado e escolas públicas. Hoje existem apenas as escolas do Senai, as das entidades de panificação, e o resto [da mão de obra] a gente qualifica dentro da própria padaria, mas essa é uma formação sem qualidade técnica", diz. Cursos de padeiro estão sendo oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), mas para Pereira, são insuficientes.

Apesar dos problemas, o setor ainda tem grande espaço para crescer no País. "Temos um consumo per capita de 33 quilos por ano, quando a Organização mundial da Saúde recomenda 60 kg, mas à medida que o consumidor tiver um melhor poder aquisitivo, vai consumir não só mais pão, como outros produtos", avalia o representante.

Fornecedores

O menor ritmo de consumo também já é sentido pelos fornecedores de padarias, como a AB Brasil, parte do grupo inglês Associated British Foods (ABF) e dona das marcas Fleischmann e Mauri. "O ano de 2012 tem sido mais difícil, mas é preciso considerar que o último ano fiscal foi muito bom, um ponto fora da curva, então o que sentimos é um retorno ao patamar anterior, com crescimento menor, mas ainda bom", diz a gerente de Marketing Claudia Bonan.

Para atender a nova demanda, a empresa lançou ontem 52 produtos em suas linhas de misturas prontas para pães, visando a oferecer maior diversidade às padarias. "Com o lançamento, esperamos aumento de 20% das vendas na nossa categoria de pães", diz a executiva. As vendas para empresas representam 80% do negócio da AB Brasil.

A companhia participa até sexta da Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e Varejo Independente de Alimentos (Fipan), no Expo Center Norte, em São Paulo. A expectativa de negócios é de R$ 1 bilhão, ante R$ 800 milhões em 2011.



Veículo: DCI


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