Cresce fatia dos medicamentos genéricos

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Levantamento aponta alta de 37,8% nas vendas do primeiro semestre em MG, em comparação com o mesmo período de 2011, alcançando 20,9% do mercado. Em SP, participação chega a 55,1%

 

Míriam Sandra Gontijo de Oliveira, de 45 anos, segue à risca a cartilha da boa consumidora, pesquisando preços mais baixos, desde que o produto seja de qualidade, e recomendando a familiares e amigos que façam o mesmo. Mensalmente, ela desembolsa R$ 43 para comprar o remédio contra insônia do filho. O preço é alto, mas é metade do valor do medicamento original. “Viu só a diferença?”, questiona Míriam, que mora em Moema, no Centro-Oeste do estado. Assim como ela, milhares de outros mineiros e mineiras estão levando mais genéricos para casa. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, conhecida como PróGenéricos, mostra que a participação do número de remédios dessa categoria no mercado de medicamentos passou, em Minas, de 18,6% no primeiro semestre de 2011 para 20,9% em igual período de 2012.

 

A entidade propagandeia que a diferença média entre genéricos e originais é de 50%, o que justifica o aumento da participação do primeiro produto no mercado. O índice apurado em Minas no primeiro semestre de 2012 só fica abaixo do de São Paulo (55,1%) e do apurado no Rio de Janeiro (24,7%). No Brasil, o volume de vendas de genéricos no último semestre somou 321 milhões de unidades – crescimento de 21,7% em relação aos 264 milhões de medicamentos negociados em igual intervalo do ano passado.

 

No caso de Minas, o aumento foi de 37,8%, de 56,5 mil unidades para 77,9 mil. Já no confronto que leva em conta o faturamento, a comparação mostra uma cifra de R$ 5,1 bilhões contra R$ 3,8 bilhões em nível nacional – salto de 33,1%. Os dados estaduais não foram divulgados pela entidade.

 

De qualquer forma, especialistas avaliam que os genéricos têm um grande mercado em potencial. A expectativa é que, em nível nacional, o faturamento cresça 25% no acumulado de 2012, alcançando 30% de participação do mercado de medicamentos até dezembro próximo. Telma Salles, presidente da Pró-Genéricos, recorre à mesma justificativa de outros setores para fundamentar a previsão de bons ventos para o mercado de medicamentos similares: o salto do poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos, com centenas de famílias das classes D e E migrando para a C.

 

“O aumento da renda da população e outros indicadores socioeconômicos importantes, como o do pleno emprego, permitem que o cidadão consiga comprar os medicamentos de que necessita”, afirma, acrescentando que os similares são o que os especialistas chamam de porta de entrada para o mercado farmacêutico. “Quem antes não podia comprar medicamento, começa pelos genéricos. Em dois anos comercializadas em versões genéricas, algumas substancias chegam a triplicar o volume de vendas”, disse Selma, destacando que a euforia dos laboratórios fabricantes de genéricos será maior em 2017, quando muitos medicamentos, em razão da lei, terão as patentes quebradas.

 

Crescimento

 

Na avaliação de Geraldo Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), a participação dos genéricos nesse mercado pode atingir “de 35% a 40%”. “Só em 2012, para se ter ideia, serão quebradas as patentes de um medicamento para úlcera, outro para enxaqueca, um para combater a malária e até um usado contra a leucemia”, reforçou Monteiro. Especialistas avaliam que as patentes que serão derrubadas nos próximos cinco anos pode representar um mercado potencial de até US$ 2,5 bilhões. “Nosso foco é a ampliação do acesso, especialmente nas regiões do país onde a participação da categoria é baixa”, ressalta Telma.

 

Geraldo, por sua vez, alerta para a importância de o consumidor sempre pedir ao médico que ofereça na receita a possibilidade dos genéricos e, ainda assim, recomenda ao paciente que pesquise o melhor preço entre as farmácias. “Os genéricos, quando registrados (nos órgãos competentes), precisam, pela lei, chegar ao mercado com preço pelo menos 35% inferior ao patenteado. Porém, quando ele vai para o mercado, devido à competição existente, é esse mercado que vai determinar o preço. Isto é, cabe ao consumidor – e o cliente deve fazer isso – pesquisar, pois pode conseguir percentuais bem mais vantajosos do que os 35%.”

 

Simone Martins, de 44, sabe bem disso. O domperidona que ela compra para o filho custa R$ 7,90 em várias farmácias da capital. Já o original sai a R$ 30. “A diferença é muito grande. A gente tem de ficar antenada quanto ao preço, que também varia de uma farmácia para outra.”

 

Veículo: O Estado de Minas


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