A L'Oréal, maior fabricante de cosméticos do mundo em vendas, registrou redução no ritmo de crescimento em importantes mercados emergentes e em seus negócios com artigos de luxo, mas mantém as metas de receita para 2012.
A companhia francesa, cujas marcas de perfumes e maquiagem de luxo incluem a Giorgio Armani e a Yves Saint Laurent, disse que as vendas consolidadas cresceram 5,7%, para € 5,6 bilhões, nos três meses até junho em comparação ao mesmo período do ano passado. Mas o número foi menor que o do primeiro trimestre, quando o crescimento foi de 6,3%.
O principal culpado foi a região ocidental da Europa, onde as vendas caíram 0,1%, com a crise econômica cobrando um alto preço sobre a confiança do consumidor. Mais problemático foi o crescimento mais lento na Ásia, uma fonte crucial de novas vendas. As receitas cresceram 9,2% na região no segundo trimestre (em relação a igual período de 2011), abaixo dos 15,5% do primeiro trimestre.
Os sinais da redução do crescimento na China vêm sendo uma preocupação para grupos de artigos de luxo.
A L'Oréal disse que o crescimento das vendas em sua divisão de artigos de luxo, um contrapeso importante ao moribundo mercado de consumo da Europa, diminuiu para 8,7% - havia sido 12,2% no trimestre anterior. Os artigos de luxo respondem por cerca de um quarto das vendas, mas as margens são um quinto maiores que as do grupo como um todo.
Jean-Paul Agon, presidente-executivo, disse: "É importante enfatizar que os números semestrais não são particularmente representativos". Ele acrescentou que as vendas da L'Oréal deverão crescer mais que o mercado de cosméticos como um todo neste ano. A companhia estimou em julho que este deverá crescer cerca de 4%.
No semestre, a L'Oréal disse que as vendas cresceram 5,9%, para € 10,47 bilhões, e o lucro líquido aumentou 11%, para € 1,63 bilhão.
Os problemas da L'Oréal na Europa Ocidental e os sinais de uma desaceleração econômica na Ásia estão levando alguns analistas a afirmar que a companhia precisa se esforçar mais para crescer nos Estados Unidos, onde o crescimento das vendas continua acelerado, e em mercados menores como os do leste europeu, África e Oriente Médio.
As vendas na África e Oriente Médio cresceram 23,5% no segundo trimestre, embora ainda representem uma pequena parcela das receitas totais. A L'Oréal também anunciou que pretende recomprar € 500 milhões em ações suas, que tiveram uma valorização de cerca de 30% no último ano. A família Bettencourt controla 30,8% do capital da companhia. O grupo de alimentos suíço Nestlé tem 29,6%.
Veículo: Valor Econômico