Nas próximas semanas, o ministro Mendes Ribeiro Filho deve promover reuniões com o setor da citricultura para discutir o futuro da laranja. o que informou o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz, durante a reunião da Câmara Setorial da Citricultura nesta semana, em Brasília.
Em 2011, o ministério criou uma Linha Especial de Crédito (LEC) para atender aos produtores. "Achamos que resolveria o problema. Agora, tem a questão deste ano. E os números apontam que no próximo ano também teremos uma safra forte", enfatizou José Carlos Vaz. Para dar suporte ao setor, o Ministério da Agricultura prorrogou as dívidas em até cinco anos; anunciou o preço mínimo, de R$ 10,10 a caixa e, agora deve anunciar leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
O secretário acrescenta, ainda, que o governo recebeu um pleito da indústria, de prorrogar a LEC do ano passado. O pedido já foi encaminhado ao Conselho Monetário Nacional, com posição favorável. "Creio que vá ser aprovado ainda nessa semana, já há um entendimento nesse sentido". Em contrapartida, a indústria se propõe a comprar a preço de mercado, pelo menos 40 milhões de caixas de laranja.
Mercado - Nos últimos anos, os produtores de laranja registraram um constante crescimento dos pomares, mas o mercado comprador se manteve no mesmo nível. Além disso, o consumo interno do produto caiu nos últimos dez anos. De acordo com José Carlos Vaz existe um dever de casa da indústria com os produtores, que é fazer o ordenamento da produção e regular as relações contratuais. "Eles encontrando um entendimento, o governo está disposto a colaborar com a sintonia fina. A questão também é aumentar o mercado interno", afirma.
Na última terça-feira, foi publicada no Diário Oficial da União a Instrução Normativa nº 21 aumentando a exigência mínima de suco de laranja no néctar de 30% para 50%. "Isso pode corresponder a um aumento no consumo interno de 10 mil toneladas de suco por ano. Apesar de o mercado nacional absorver apenas 10% da produção total de suco, a medida já pode beneficiar o setor mudando a formulação do produto vendido aqui", conclui.
A Conab e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estão em diálogo com a indústria para discutir a possibilidade de direcionar o suco para a merenda escolar, movimentos sociais e públicos, e até para o pequeno varejo. "Se tudo correr bem, talvez no próximo ano as indústrias e os produtores criam uma indústria própria para o mercado interno", acrescentou Vaz.
Veículo: Diário do Comércio - MG