Santa Catarina liderou o crescimento da industrialização de leite no país nos últimos cinco anos, conforme recente levantamento da Leite Brasil, associação que representa os produtores brasileiros. Entre 2007 e 2011, o Estado registrou um avanço de 13%, à frente de outros importantes produtores do país, como Paraná (11,6%), Rio Grande do Sul (7,2%), São Paulo (3,8%), Minas Gerais (3,6%) e Goiás (1,4%). A média do Brasil foi de 5,5% no período.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no ano passado, os pecuaristas catarinenses detêm, ainda, a maior produtividade média de rebanho leiteiro nacional, com 2.432 litros por vaca ao ano, contra a média do país de 1.340 litros por vaca ao ano.
Na avaliação de Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, o impulso na atividade se deve a uma mudança de gestão nas propriedades. Ele comenta que o governo estadual incentivou pequenos produtores a investir em melhoria do rebanho e pastagens, para que a pecuária se tornasse uma alternativa eficaz à avicultura e suinocultura do Estado.
Para Rubez, uma série de fatores contribuem para o feito, como clima ameno para animais de raça holandesa, boa formação de pastagens e 80% das propriedades enquadradas na agricultura familiar. "Representa garantia de mão de obra, hoje em dia um custo elevado para a atividade", comenta o dirigente.
A produção catarinense de 2,4 bilhões de litros em 2011 (a quinta maior do país) e os custos baixos têm atraído a instalação de laticínios, em especial, no oeste catarinense. Cerca de 70% do leite produzido no Estado são provenientes dessa região que há oito anos respondia apenas por 30% da produção estadual.
Apesar do novo levantamento sobre a industrialização de leite, Jorge Rubez faz questão de ressaltar que 30% da produção nacional, cerca de 32 bilhões de litros anuais, não passam pelos laticínios. No passado já foi pior. O índice de informalidade chegou aos 40% e 50%, segundo ele.
Veículo: Valor Econômico