Varejistas americanas contra o Kindle

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Depois da Target, a rede Walmart também deixará de vender o aparelho da Amazon


A rede varejista Walmart Stores não vai mais vender os produtos Kindle, da Amazon.com, apostando que os consumidores estão mais interessados em outros aparelhos. A varejista informou que a decisão se insere na sua estratégia de merchandising geral.

Embora a Walmart consiga eclipsar as outras varejistas em se tratando de vendas totais, ela fica atrás da Amazon e outras lojas no campo das vendas online, e está tentando melhorar seus negócios pela internet.

Os consumidores que adquirem tablets Kindle, como o novo Kindle Fire HD, compram os aparelhos para outros usos além dos livros digitais, o que coloca a Amazon numa concorrência mais intensa com as lojas.

Estoques. "Tomamos a decisão recentemente de não negociar com os tablets e leitores eletrônicos da Amazon além do que temos nos estoques e nossos compromissos de compra", anunciou a Walmart num memorando enviado a gerentes de lojas. "Isso inclui todos os modelos Kindle da Amazon atuais e anunciados recentemente." Uma porta-voz da Walmart confirmou a decisão, afirmando que a companhia continuará a vender "um amplo sortimento" de tablets e leitores eletrônicos.

A decisão da Walmart de parar de vender os produtos Kindle, vem cerca de cinco meses depois de outra rede americana importante, a Target, deixar de vender os produtos.

A Amazon quer que o seu tablet vá para as mãos dos consumidores para fazer disso uma espécie de caixa registradora, disse Scott Tilghman, analista da Caris & Company. Pode se argumentar que, se a Walmart e a Target venderem os tablets Kindle, elas estão prejudicando suas próprias vendas, porque a Amazon deseja monopolizar as vendas aos consumidores, seja de e-books, ou uma longa lista de outros artigos, afirmou.

Ao mesmo tempo, as margens da Amazon na venda dos produtos Kindle são menores do que as de outras fabricantes de produtos eletrônicos, em particular a Apple, fabricante do iPad, o tablet mais vendido do mundo.

Como resultado, a empresa pode não estar em condição de dividir lucros com lojas como a Walmart.

"Acho que parte da decisão tem a ver com as margens, embora a questão maior é que a Walmart e a Target veem na Amazon uma concorrente em potencial", disse Tilghman.

Mercado. Os leitores eletrônicos da Amazon são muito vendidos, com a primeira versão do Kindle Fire abocanhando cerca de um quinto do mercado de tablets nos Estados Unidos. A Amazon lançou uma série de novos tablets no início deste mês, alguns direcionados para o mercado mais de luxo, para competir com o iPad, da Apple.

A Walmart continua a vender iPads, o Nook, da rede de livrarias Barnes & Noble Inc., o Nexus-7, do Google, e o Galaxy Tab fabricado pela coreana Samsung, entre outros.

Os proprietários de tablets estão mais satisfeitos com o iPad, da Apple, seguido dos produtos da Amazon, de acordo com um estudo de satisfação realizado pela empresa J.D. Power and Associates e divulgado na semana passada.

Buscas pelo Kindle nos websites da Walmart e da sua cadeia atacadista Sam's Club deram como resultado artigos como protetores de tela e caixas usados com o Kindle, como também gadgets de outras empresas.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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