Alta nos preços pode acabar pressionando valores da comida a quilo
O tradicional arroz com feijão está chegando mais caro à mesa do belo-horizontino. Do dia 20 de junho a 20 de setembro, o preço médio do pacote de cinco quilos de arroz subiu até 19,52%. Foi o caso, por exemplo, do Camil, que passou de R$ 9,53 para R$ 11,39 em média, segundo levantamento do site Mercado Mineiro, que pesquisa o varejo na capital. No mesmo período o valor do quilo de feijão preto Tryumpho teve alta de 4,18%, passando de R$ 3,83 para R$ 3,99.
“A elevação de preço das principais produtos da cesta básica traz preocupação, pois deve acabar repercutindo no valor da comida a quilo e sendo repassada para o consumidor final”, avalia Feliciano Lopes de Abreu, coordenador do site Mercado Mineiro. A pesquisa foi feita em 21 estabelecimentos, entre sacolões e supermercados da capital.
Já o preço do feijão carioquinha Tryumpho de um quilo caiu: o valor médio passou de R$ 5,44 para R$ 4,75, queda de 12,68%. “Como a demanda pelo feijão carioca é maior, os produtores podem ter aumentado a oferta, o que levou à queda de preço”, observa Abreu. Apesar da alta do preço de algumas marcas, ele não recomenda que os consumidores façam estoque de produtos. “Pode acabar forçando a demanda e ocasionar nova alta de preços”, diz.
A pesquisa apontou ainda alta expressiva no preço de praticamente todas as frutas. Do total de 12 tipos avaliados, 11 subiram de preço de julho a setembro deste ano. A maior alta aconteceu com o do limão tahiti, que teve reajuste de 116,57%. O preço do quilo passou de R$ 1,69 para R$ 3,66. Outra alta expressiva aconteceu com o preço da melancia, que teve aumento de 36,13%, passando de R$ 1,19 para R$ 1,62. O reajuste do preço do abacate também deve ser destacado, de 31,50%. Passou de R$ 2,54 para R$ 3,34. “O calor faz o consumo e preço das frutas subirem. E é preciso ter atenção com esses itens, pois têm valor agregado maior e pesam mais no bolso do consumidor”, observa Abreu.
Chuchu e batata puxam a fila dos legumes
O chuchu e a batata foram os legumes que lideraram o aumento de preços dos últimos meses, com reajuste de 51,13% e 50% de julho a setembro, respectivamente. O preço do chuchu passou de R$ 1,33 para R$ 2,01 e o da batata de R$ 1,68 para R$ 2,52. Já o do tomate, que vinha em escalada de preço, recuou. O valor do quilo caiu de R$ 5,26 para R$ 3,60 de julho a setembro, queda de 31,56%. “Como estava frio nos últimos meses, o tomate demorava a amadurecer e o preço subiu. No inverno, a oferta de legumes e verduras costuma cair no Brasil”, diz Caio Dias Gomide, presidente da Associação dos Donos de Sacolão da Ceasa. Em julho, a caixa de tomate de 20 quilos chegou a ser vendida por R$ 100, sendo que o preço normal é de R$ 15 a R$ 20.
É importante que o consumidor pesquise os preços na hora da compra de frutas e verduras. A diferença no valor do quilo cobrado nos legumes entre os estabelecimentos comerciais pode chegar até a 293,26%, segundo o levantamento do Mercado Mineiro. A maior variação aconteceu com a beterraba, onde o menor preço encontrado foi de R$ 0,89 (no Sacolão, na Avenida Prudente de Morais) e o maior de R$ 3,50 (Sacolão Terra Verde).
Entre as frutas a maior variação aconteceu com o abacate, que teve variação de 251,26%. O menor preço encontrado foi de R$ 1,99 (no Sacolão, na Avenida Prudente de Morais ) e o maior de R$ 6,99 (Super Varejão da Fartura). “É preciso ressaltar, no entanto, que há grande variação de qualidade entre os estabelecimentos. Só o tomate tem dez classificações, assim como a batata”, observa Gomide. Todos os hortifrutigranjeiros, diz, têm uma linha comercial e outra premium.
Veículo: Estado de Minas