Vendas se aquecem, mas comércio desacelera vagas extras para o Natal

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Estudo de confederação nacional estima aumento de 1,3% nas vagas de temporários neste ano

Para entidades do setor, lojistas estão mais cautelosos por causa do desempenho mais fraco da economia em 2012


Apesar do ritmo mais acelerado das vendas do comércio em 2012 até este mês, as contratações de empregados temporários para o Natal crescerão menos, revela estudo inédito da CNC (Confederação Nacional do Comércio) obtido pela Folha.

O saldo das contratações de temporários será positivo, mas expectativas "piores quanto ao futuro" limitam a abertura de vagas, diz Marianne Hanson, economista da entidade.

Projeção da CNC aponta a abertura de 134,4 mil novas vagas entre setembro e novembro -1,3% mais do que em igual período de 2011. A estimativa tem como premissa um crescimento de 6,9% do comércio neste ano.

No ano passado, porém, o comércio ampliou o contingente de temporários mais do que a previsão para este ano, mesmo com um ritmo de crescimento menor que o previsto. Foram 2,3% mais vagas, para uma alta de 6,6%.

A previsão da CNC para este ano é também menor que a alta já registrada pelo IBGE para o acumulado de janeiro a julho (7,5%).

"O emprego no comércio, intensivo em mão de obra, significa investimento e está associado à expectativa de consumo, afetada pela crise e pelo crescimento menor da economia com um todo neste ano", disse Hanson.

O comércio corresponde a 22% ao total de empregos formais do país.

Para a economista, medidas de estímulo como redução de IPI para veículos e linha branca surtiram efeito e impediram uma freada do varejo neste ano. Não fosse a cautela maior, diz, o emprego poderia avançar mais.

DESONERAÇÃO

Fernando de Castro, presidente do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), também prevê perda no ritmo das contratações de temporários, mas pondera que a economia em geral vai gerar menos vagas em 2012.

O executivo defende a desoneração da folha de pagamento para o comércio (medida oficial restrita à indústria), o que, segundo ele, traria mais vendas e mais vagas.

Pelos dados da CNC, o comércio em dezembro cresce historicamente 33% em relação à média dos meses anteriores. O ramo de vestuário e calçados é o que mais amplia suas vendas e absorve quase metade dos temporários.

Já o de supermercados responde por quase um quinto das contratações de fim de ano. "O emprego cresce mais no Natal em setores ligados a presentes e em festas, como alimentos e bebidas", afirma Fernando de Castro.



Veículo: Folha de S.Paulo


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