Contratação de temporário terá alta neste ano - Com escassez de profissionais, supermercados buscam pessoal sem experiência


Os supermercados mineiros já deram início à contratação de temporários para atender o tradicional aumento da demanda registrado com a proximidade do Natal, período em que o setor registra maior volume de vendas durante o exercício. Algumas redes pretendem recrutar até 500 funcionários em 2012. Em outras, o número de vagas ofertadas representa alta de 66% em relação ao final de 2011. Já a possibilidade de efetivação chega a 80% em alguns estabelecimentos.

No grupo mineiro Aliança, detentor das marcas Apoio Mineiro e Super Nosso, ao todo 500 vagas temporárias, entre operadores de caixa, embaladores e repositores, estão disponíveis. O objetivo, segundo a gerente de Recursos Humanos (RH) da empresa, Ana Luiza Mendonça de Souza, é melhor atender ao fluxo de clientes que aumenta consideravelmente nesta época do ano. "Há uma procura maior por nossos estabelecimentos, da mesma forma em que há grande aumento das vendas. De qualquer maneira, como o fluxo de consumidores pelos corredores dos supermercados é mais intenso nesta época, é necessário ter mais funcionários para auxiliá-los na hora das compras", afirma.

Ainda conforme Ana Luiza de Souza, o número de vagas está praticamente igual ao ofertado pelo grupo no ano passado. A diferença deste ano, de acordo com ela, está no perfil de captação. "Justamente em virtude da falta de profissionais disponíveis, mudamos um pouco a estratégia e vamos ampliar o recrutamento de aposentados e demais pessoas com idade superior a 55 anos, já que o pessoal mais jovem acaba se interessando por cargos comissionados", explica.

Em relação à possibilidade de efetivação, a gerente de RH do grupo Aliança diz que tradicionalmente entre 70% e 80% dos temporários permanecem no quadro fixo da empresa. "Isso depende do desempenho do profissional e das vagas disponíveis", argumenta. Ao todo, a rede possui 5 mil funcionários, distribuídos entre as nove lojas de bandeira Apoio Mineiro (atacado) e as 14 com a marca Super Nosso (varejo) localizadas na Grande BH.

Treinamento - O Verde Mar, que tem três unidades na capital mineira, também já começou a recrutar temporários. Conforme o gerente de RH da rede, Leandro Souza Pinho, ao todo foram criadas 300 vagas que vão desde atendentes, passando por ajudantes em geral até operadores de caixa e padeiros. Pinho explica que a maioria das vagas não requer experiência, já que a própria empresa oferece treinamento aos novos profissionais. "Alguns cargos precisam de conhecimento mínimo, como é o caso dos padeiros. Mas a maioria contratada é capacitada e treinada nas próprias lojas", afirma.

Em relação ao número de contratações, o gerente de RH do Verdemar explica que está basicamente proporcional ao registrado no final de 2011. Isso porque o número de lojas da rede aumentou e, conseqüentemente, o número de temporários também. Atualmente o supermercado possui um total 3 mil funcionários em suas unidades.


Interior - No interior do Estado a situação não é diferente. No caso do Supermercado Coelho Diniz, de Governador Valadares (Vale do Rio Doce), 250 vagas estão abertas. Segundo um dos proprietários da rede, André Luiz Coelho Diniz, este número representa um incremento de 66% em relação aos postos disponibilizados no fim do ano passado, quando havia 150 vagas temporárias. Conforme ele, o aumento se justifica pelo próprio crescimento da rede e também pelas expectativas em relação às vendas do período.

"Ao longo de 2012 observamos o gradativo desempenho dos negócios e tudo indica que o Natal seguirá o ritmo e atingirá níveis satisfatórios de vendas. Neste sentido, nossa expectativa é a de que haja alta de pelo menos 20% em relação à mesma época do exercício passado", diz. Já em relação às efetivações, Diniz afirma que cerca de 80% do quadro de temporários deverão ser mantidos.

A Associação Mineira de Supermercados (Amis), por sua vez, informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não tem estimativas de contratação de temporários para o setor no Estado, em função da batalha travada com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em função do aumento das denúncias, desde o início do ano o órgão tem realizado, através da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE-MG), fiscalizações nos estabelecimentos comerciais com o objetivo de apurar irregularidades referentes à terceirização de alguns profissionais.

Segundo a assessoria, na próxima quinta-feira a Amis realiza uma reunião com associados e o departamento jurídico da entidade para discutir o assunto, já que pode ocorrer de o profissional temporário ser fruto de terceirização. Só após resolvida essa questão é que a Amis deverá fazer projeção sobre contratação desse tipo de pessoal para o setor no Estado.



Veículo: Diário do Comércio - MG