Após muitas tentativas nos últimos anos, a Argentina tenta se estabilizar na marca dos 100 milhões de toneladas de grãos. Se o clima favorecer, as previsões são de uma produção próxima dos 110 milhões de toneladas.
Os argentinos superaram os 100 milhões só em 2011, devido ao bom rendimento da soja e do milho, os produtos que novamente poderão fazer o país superar essa marca.
Os dados recordes de produção de grãos na Argentina não trazem melhora para o Brasil. A produção de trigo, produto do qual o Brasil tem dependência com a Argentina, recua, sobrando menos cereal para a exportação.
As estimativas iniciais indicam uma redução de área para 3,7 milhões de hectares, com queda da produção para 11,5 milhões de toneladas. O plantio não está normal devido ao excesso de umidade.
Mesmo que as estimativas inicias se confirmem, a disponibilidade de trigo para exportação cai muito nesta safra. Dados do governo argentino indicam que a disponibilidade de trigo para exportações recua para 4 milhões de toneladas neste ano, após ter atingido 10 milhões na safra que se encerrou.
Pela primeira vez desde a década de 1980, os argentinos não terão cereal disponível para abastecer os demais países do Cone Sul. Dependente de importações em 50% do trigo que consome, o Brasil vai ter de buscar o cereal em outras regiões.
Os argentinos devem reduzir também as exportações de arroz para o mercado brasileiro. A área de plantio cai 5% e a produção pode ficar abaixo de 1,5 milhão de toneladas.
Assim como no Brasil, o carro-chefe da safra argentina será a soja, seguida do milho. Impulsionados pela elevação de preços, os produtores argentinos deverão semear 19,7 milhões de hectares com a oleagionosa.
Em condições excelentes de clima, a produção poderá atingir 55 milhões de toneladas. O recorde havia sido em 2010, com 53 milhões.
A área de milho fica em 5 milhões de hectares, e a produção deverá superar os 25 milhões de toneladas. Com isso, o volume de exportação fica próximo dos 18 milhões de toneladas nesta safra.
Veículo: Folha de S.Paulo