Grão brasileiro ganha terreno sobre o colombiano

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Compradores internacionais pagaram mais pelo café brasileiro


No decorrer deste ano, a cotação do café arábica brasileiro vem melhorando no mercado internacional em relação ao colombiano, grande adversário do produto nacional. Afora a Colômbia ser o segundo maior produtor de arábica do mundo, atrás do domínio brasileiro, o café colombiano lavado (suave) de alta qualidade recebe usualmente ágio sobre a cotação da Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), enquanto o Brasil tem normalmente deságio para o seu arábica natural.

Mas, com a escassez na oferta da Colômbia e também da América Central nos últimos anos, os compradores tiveram de pagar mais pelo grão brasileiro. Agora em 2012, apesar de uma grande safra do Brasil, dentro do ciclo bienal da cultura, a boa dosagem da oferta e o controle das vendas por parte do produtor nacional vêm fazendo com que os prêmios (diferenciais) sobre a bolsa de NY entre o café do Brasil e da Colômbia estejam mais próximos.

Segundo o analista de Safras & Mercado Gil Barabach, esse cruzamento do desempenho do café brasileiro com o colombiano mostra um ligeiro avanço relativo no preço do natural nacional em relação ao suave do país vizinho. Em abril deste ano, o café colombiano era negociado a 35,77 cents acima da ICE, enquanto o natural brasileiro recebia mais 2,21 cents sobre o referencial nova-iorquino. Os diferenciais têm por base o preço médio levantado pela OIC. Guardavam assim, diz Barabach, uma diferença de 33,56 cents a favor do colombiano. O mercado brasileiro estava começando a ser pressionado com a proximidade da nova safra.

Agora em outubro, depois de colhida a safra recorde brasileira e com café novo da Colômbia começando a aparecer no mercado, as bases de venda externa mudaram bastante, comenta o analista. O café colombiano gira em torno de 8,42 cents acima de NY, enquanto o natural do Brasil é negociado a menos 11,40 cents em relação à ICE. A diferença diminuiu para 19,82 cents a favor ainda do colombiano. Enquanto a base de venda externa do café colombiano recuou 27,35 cents, o brasileiro caiu apenas 13,61 cents por libra, avalia Barabach.

" nítida a perda de valor da origem Colômbia frente ao Brasil. Isso ratifica a ideia de um café brasileiro mais forte e procurado no cenário mundial de café, o que serve de estímulo para um reposicionamento da origem Brasil. Enfim, está na hora de o país deixar de ser reconhecido somente como um vendedor de quantidade e passar a ser visto como um vendedor também de qualidade", conclui Barabach.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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