Sem abrir mão da tradição, empresas buscam diferenciais e estimam aumento na receita com as vendas.


Os panetones já se tornaram um dos maiores símbolos do Natal brasileiro. De todos os tipos e para todos os gostos, eles tomam conta das gôndolas de padarias e supermercados nos últimos meses do ano e atraem a atenção dos consumidores. Para se destacar dentro de um leque de tantas opções, no entanto, as indústrias buscam inovar com produtos diferenciados no mercado. Assim, algumas delas esperam crescimento de até 20% na receita com vendas de panetone deste ano com relação a 2011.

As fábricas do Grupo Pandurata, que detém as marcas Bauducco, Visconti e Tommy, em Campinas (SP) e em Extrema, no Sul de Minas, já estão trabalhando a todo vapor na produção dos panetones. Ao todo, serão fabricadas aproximadamente 65 milhões de unidades. O número é 8,3% superior ao registrado em 2011, que foi de 60 milhões. O grupo contratou 2.650 funcionários temporários para atuar nas áreas de produção e operação nos pontos de venda durante o Natal.

A empresa espera para este ano crescimento na receita das vendas dos panetones em torno de 8% sobre o exercício passado. "O índice está em linha com as expectativas do varejo como um todo", afirma a gerente de marketing de produtos sazonais da Pandurata, Renata Vieira. Ela informa que essa será a maior fornada da empresa até hoje e que os produtos chegarão aos pontos de venda com embalagens diferenciadas e receitas especiais, em comemoração aos 60 anos da Bauducco. "Além, é claro, dos tradicionais Panettone e Chocottone, carros-chefe do Natal brasileiro há seis décadas", observa.

Para a comemoração, a Bauducco procurou aliar inovação e tradição. "Resgatamos a história da marca, reforçamos sua imagem artesanal e construímos uma nova identidade visual para nossos produtos, indo além das já clássicas caixas amarelas. Mantivemos nossa linha tradicional de produtos, modernizando as embalagens e reposicionando alguns itens, e estamos apostando fortemente em um novo segmento, o de presentes, que traz um layout inédito para a categoria de panetones industrializados", diz Renata Vieira.

Ao todo, serão 33 itens da marca, dos quais dez lançamentos, além de mudanças em outras dez embalagens da linha. Assim, além dos itens tradicionais, Panettone e Chocottone, e dos itens com recheios diferenciados, como Trufa, Maxi e Mousse, a marca chega às gôndolas com grandes novidades. Entre elas estão: Panettone Bauduco 750g Porta Panettone, Edição Comemorativa Bauducco, Panettone Especial 500g Coleção Presente, Chocottone Especial 500g Coleção Presente, Cesta Seleção Especial Coleção Presente, entre outras.

A Bauducco também irá lançar neste Natal o Pandoro, um bolo com massa leve e macia, suave aroma de baunilha e formato peculiar que, quando cortado em fatias, ganha contorno de estrelas. Esse produto é tradicional no Natal italiano.

Já a Visconti, que também pertence ao Grupo Pandurata, irá manter o mesmo portfólio de 2011. "Na Visconti, as novidades ficam por conta das artes da lata e da cesta de Natal. A primeira, decorada com listras coloridas, traz um visual mais moderno e jovial, em linha com a tendência da moda. A cesta, por sua vez, está com layout mais leve, no qual se destaca um grande sino de Natal", detalha Renata Vieira. A empresa não deu informações sobre a Tommy.


Ana Maria - O Grupo Bimbo, que detém as marcas Ana Maria, Pullman e Plus Vita, também está apostando em produtos diferenciados para alavancar as vendas de panetone neste ano. A primeira aposta é o Ana Maria Mini Chef, que será lançado em parceria com a M&M’s. Voltado para o público infantil, o produto vem com confeitos e calda à parte, permitindo que as crianças enfeitem seu próprio panetone. O segundo item é o Panettone Gourmet Olivier Anquier. Trata-se de uma receita especial de massa de nozes com recheio de chocolate belga desenvolvida em parceria com o chefe Olivier Anquier. Ele será disponibilizado apenas nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A produção de panetone pelo Grupo Bimbo acontece na planta da empresa instalada em São Paulo. Ele também tem uma fábrica em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas ela não tem linha de produção de panetones. Não haverá crescimento na produção neste ano em relação ao ano passado. A empresa não revela o número de unidades que serão fabricadas nem a expectativa de crescimento nas vendas.

"O Grupo Bimbo aposta no crescimento de suas marcas e o Estado de Minas Gerais está dentro deste escopo de crescimento e expansão de reconhecimento das marcas. Além disso, o mercado de panetones cresce todos os anos no país e o Grupo Bimbo segue este crescimento nacional", afirma o gerente de produto do grupo, André Ramello.

Arcor - A produção dos panetones teve início em junho na fábrica da Arcor instalada em Campinas (SP). A empresa responde pelas marcas Arcor, Aymoré, Triunfo e Noel. Ao todo, serão produzidas 2 mil toneladas de panetones para o Natal de 2012. Para isso, foram contratados cerca de 200 funcionários temporários. Outros 200 estão sendo selecionados para atuar nos pontos de venda. De acordo com o gerente de marketing de biscoitos e panificados da empresa, Eduardo Rizzo, a expectativa é de crescimento de 15% no volume de vendas e 20% na receita dos panetones neste ano com relação a 2011.

"A categoria de panetones vem amadurecendo ao longo dos anos, estando presente em maior número de lares. Dados do Instituto Nielsen mostram que, em 2011, o panetone esteve presente em 60% dos lares em Minas Gerais", observa. A marca mais forte da Arcor no Estado é a Aymoré. "Então nós levamos, além da linha tradicional, panetones de 500 gramas que vêm em latas decoradas com as licenças dos principais times de futebol: Cruzeiro e Atlético. São embalagens para presentes e a nossa expectativa é que a aceitação seja positiva", diz Rizzo.

A Arcor também está apostando em panetones com recheios diversos em latas decoradas de 700 gramas da marca Arcor para presentes. "Nós pretendemos crescer com essa ideia do panetone como presente", afirma. O gerente de marketing de biscoitos e panificados informa que a produção dos panetones, que vem desde junho, será encerrada já na primeira semana de novembro.




Veículo: Diário do Comércio - MG