Klabin prevê alta de 30% nas exportações de cartão em 2009

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A virada do dólar e a expansão da produção proporcionada pela implantação da nova máquina de papel-cartão - que elevou a capacidade de 330 mil para 750 mil toneladas - devem ajudar a Klabin a ampliar em até 30% suas exportações para 2009. Com isso, a área que hoje responde por 30% dos negócios da companhia deve chegar a representar até 40% no próximo ano. A expansão das exportações de cartão também deve incluir ampliação geográfica dos negócios, com os produtos da companhia chegando a destinos inéditos para como Austrália e Nova Zelândia. Até mesmo para os EUA a expectativa de negócios são otimistas.

 

Isso só pode ser obtido graças ao papel-cartão que sai da nova máquina, de menor gramatura, que oferece embalagens mais leves e resistentes. "Estamos fazendo mais com menos" diz o diretor geral Reinoldo Poernbacher. Em geral, as embalagens produzidas passaram de 360 para 320 gramas por metro quadrado. Assim, consegue-se oferecer a mesma função mecânica à embalagem, com alta qualidade de impressão, mas com maior leveza. A baixa densidade permite reduções do peso de 5% a 8% e, assim, pode-se levar maior quantidade de produto na mesma tonelada, explica o diretor comercial da Klabin, Edgar Avezun Junior. "Como nesse negócio, o que se vende é área (em m) e não peso, passo a vender mais", explica o executivo.

 

Para Poernbacher, esta será uma das respostas da Klabin à crise, uma vez que o mercado demanda produtos mais sustentáveis. Avezun diz que já existe maior busca por produtos que ofereçam estas características. "Além disso, também apostamos no crescimento de segmentos que estão sendo afetados positivamente pela crise, como alimentação, farmacêuticos e cosméticos, que não dependem de crédito", acrescenta o diretor comercial. Para o mercado interno, a projeção é de alta de cerca de 30%, para cerca de 130 mil toneladas, também em função desse mesmo deslocamento do consumo de bens duráveis para não duráveis.

 

Crise

 

Com a maturação do Projeto MA-1100 - cujos investimentos chegam a R$ 2,2 bilhões para elevar a produção total da Klabin de 1,6 milhão de toneladas anuais para 2 milhões de toneladas - Poernbacher diz que agora a empresa só manterá para 2009 investimentos em manutenção, qualidade e continuidade operacional. Nem mesmo na floresta haverá expansões. "Fora isso, continuaremos sentados no caixa", diz.

 

Com 110 anos de idade, a empresa já passou por crises suficientes para saber que o importante nestes momentos é liquidez, explica o diretor geral. "Por isso, temos hoje R$ 2,1 bilhões em caixa", acrescenta. A receita líquida da companhia em 2007 chegou a R$ 2,8 bilhões. No terceiro trimestre deste ano a maior produtora de papéis para embalagens do Brasil foi do lucro de R$ 174,9 milhões, no segundo trimestre, para um prejuízo de R$ 253 milhões em função da virada do câmbio. Em 2007, a empresa havia registrado um lucro de R$ 177,5 milhões neste mesmo período do ano. Nem mesmo o crescimento de 6,6% na receita líquida de um ano para o outro, quando subiu de R$ 722 milhões no terceiro trimestre de 2007 para R$ 770 milhões, compensou a perda.

 

Mas, mesmo com toda a cautela, Poernbacher diz que a Klabin ainda não está sentindo retração nas vendas. "Nossa área está mais ligada a área de bebidas e alimentos, que não sentiram tanto os efeitos da crise, além disso, sazonalmente este é um momento natural de queda nas vendas", explica ele.

 

A empresa também já contabiliza a queda de 40% nos custos com insumos, o que, junto com a virada do dólar, tem aliviado as contas da empresa.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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