Estiagem está afetando lavouras de feijão e de milho no Paraná

Leia em 3min 10s

O Paraná cultivou uma área na safra de verão 2008/09 com 5,68 milhões de hectares, com a expectativa de colher 22,6 milhões de toneladas de grãos. Já se sabe porém, que essa previsão não será atingida em função da estiagem que já está afetando lavouras de feijão e milho e está causando problemas na soja. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, há 25 dias não chove em todo o Estado, principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste. Segundo a Secretaria de Agricultura, toda a equipe do Departamento de Economia Rural (Deral) está em campo para avaliar o impacto da falta de chuvas.

 

"Com certeza, terá redução na produtividade", afirmou o agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado. "Mas qualquer número que soltarmos no momento, não será correto", acrescentou ele, explicando que os dados com uma provável revisão para baixo da estimativa de safra só devem ser divulgados na semana que vem.

 

Relatório do Deral divulgado no final de semana informa que 98,7% da área plantada com milho, estimada em 1,27 milhão de hectares, foi concluído. Desse total, cerca de 79% da área está em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração e 2% em frutificação. A situação é mais preocupante com as lavouras em floração, fase em que elas mais sentem o déficit hídrico. Esta situação compromete o potencial produtivo e provoca perdas irreversíveis. Em torno de 50% do plantio da primeira safra de milho estão concentrados na região Sul do Paraná, onde a situação ainda não está tão crítica e a quantidade de lavouras em fase de floração é menor. Os casos mais preocupantes se localizam na região Oeste, onde já há casos de perdas de quase 50% nas lavouras

 

Já as lavouras de feijão estão sofrendo por causa da estiagem e também por outros fatores climáticos desfavoráveis como a falta de umidade ideal para o plantio e germinação nos meses de agosto e setembro, seguido de excesso de chuvas e ventos frios. De outubro até meados de novembro, as chuvas ficaram acima do normal, o que acabou atrapalhando o desenvolvimento de lavouras localizadas na região Sul, onde se concentra 70% da produção estadual de chuvas.

 

O quadro da cultura indica que 10% da produção já foi colhida, com bom resultado no que se refere à qualidade dos grãos. Do restante das lavouras, 1% está em fase de germinação, 36% em desenvolvimento vegetativo, 28% em floração, que é a fase mais crítica para o déficit hídrico, 24% em frutificação e 11% em maturação. Segundo o Deral, a produtividade do feijão até agora é de 1.212 quilos por hectare, 28% abaixo do esperado. Com isso, é possível prever uma queda de no mínimo 4% na produção esperada que cai de uma estimativa inicial de 605.232 toneladas para 581.889 toneladas.

 

Preços baixos

 

A estiagem é mais um motivo de preocupação para o produtor, que antevê um cenário de preços inferiores aos custos de produção, com a crise internacional.

 

"Algumas lavouras tiveram perda total. Mas isso todo ano acontece. Essas perdas acabam sendo compensadas por boas produtividades em outras áreas", disse Hubner, admitindo no entanto que o tempo este ano está menos favorável do que no ano passado.

 

Chuvas estão previstas ainda para esta semana. "Lavouras de soja e milho sofrem mais (o tempo seco). A grande notícia é de que as chuvas estão voltando ao Paraná", declarou o meteorologista da Somar Márcio Custódio.

 

"Tem previsão de chuvas a partir de hoje de 25 a 30 milímetros no oeste e sudoeste, que são as regiões que estão sentindo mais a seca", acrescentou Robson Mafioletti, técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Sony fecha o ano com demissões e produção menor

No começo do ano, quando apresentou a nova linha Bravia de televisores, a japonesa Sony anunciou também a ...

Veja mais
Sappi reduz produção na Europa

A Sappi, produtora de papel brilhante, vai reduzir a produção de papel revestido na sua fábrica eur...

Veja mais
Perdigão encerra 2º- contrato em leite

A Batávia S.A., subsdiária da Perdigão, encerrou antecipadamente o contrato de fornecimento e envas...

Veja mais
Derivativos da Vicunha

A Vicunha Têxtil retificou o valor das perdas com derivativos cambiais realizadas com o Citibank. O prejuíz...

Veja mais
Crise traz herdeiros de volta à rotina diária

O agravamento da crise no mercado financeiro internacional, que já reflete no setor produtivo, tem feito com que ...

Veja mais
Sem crise, PIB cresce 6,8% no 3º- trimestre

Ainda sem refletir impactos da crise global, a economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com forte expansã...

Veja mais
Indústrias alimentícias se anteciparam e operam protegidas contra a crise

Algumas empresas continuam a adotar os mesmos procedimentos no mercado internacional. E não é porque v&eci...

Veja mais
Famílias recuam na gestão profissional

O agravamento da crise no mercado financeiro e a conseqüente repercussão no setor produtivo têm levado...

Veja mais
Papel: setor revê expansão

O agravamento da crise financeira deve fazer com que as empresas do setor de embalagens de papel apresentem em 2008 cres...

Veja mais