Semco Partners vai investir em serviços

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Seis experientes executivos do mercado, Ricardo Semler e Philippe Reichstul, entre eles, se juntaram para formar a Semco Partners. Trata-se de uma nova empresa criada com o propósito de trazer grupos estrangeiros da área de serviços para o Brasil e alavancar projetos locais.

Já há três grupos internacionais no radar da Semco Partners, cujos nomes devem ser revelados nos próximos seis meses. A meta é chegar em 2015 com empresas que somem um patrimônio total de R$ 500 milhões.

A Semco Partners tem como estratégia adquirir uma fatia minoritária "relevante" de empresas que atuem ou planejem atuar no Brasil e, principalmente, assumir a sua gestão. É um modelo que se assemelha ao que a holding Semco Investimentos e Participações, criada por Semler, já adota. O diferencial nesse caso é o conhecimento acumulado pelos seis sócios da nova empresa - Ricardo Semler, Philippe Reichstul, Alexandre Bonfim, Jorge Lima, José Violi Filho e Michel Harari.

"Temos uma longa experiência em diversas áreas. Agora, nos tornamos empreendedores e podemos contribuir com grupos que querem vir para o Brasil e precisam de um parceiro que conheça o país", disse Reichstul, que comandou a Petrobras, a Brenco, a Globopar e o Ipea. Ele é conselheiro de companhias como Peugeot Citroen e Gafisa, entre outras. "Os private equities, normalmente, atuam com executivos jovens e não se interessam por negócios de menor porte, onde acreditamos haver um potencial de mercado", observa Semler.

Para montar a nova empresa, foram feitas mudanças na composição acionária da holding Semco. Ricardo Semler, que detinha 90% do capital da holding, teve esta fatia reduzida. Na Semco Partners, ficou com 66%. Os outros 34% do capital da nova empresa estão distribuídos entre os demais cinco sócios.

Os executivos têm experiência em empresas de variados setores como tecnologia, telefonia, cosméticos, administração de condomínios. "Vários de nós comandamos empresas adquiridas", disse Bonfim, presidente da nova empresa. Passou por Telefônica e IBM.

Semler esteve por um bom tempo na operação brasileira da administradora e consultora imobiliária Cushman & Wakefield . A empresa americana desembarcou no Brasil em parceria com a holding Semco em meados dos anos 1990. Doze anos depois, Semler se desfez da participação que detinha na Cushman, um negócio que lhe custou apenas US$ 2 mil e foi vendido aos americanos por alguns milhões de dólares.

A meta da Semco Partners é replicar a estratégia bem sucedida a outros negócios que estão sendo pesquisados. O investimento em cada operação deverá ser de no máximo US$ 5 milhões. "Nós fazemos um estudo para detectar se existe potencial para determinada empresa lá de fora vir para o Brasil. Após esse estudo é que batemos na porta deles, mas já com um projeto em mãos", explicou Bonfim.

Os executivos da Semco Partners destacam que as empresas que lhe interessam são da área de serviços como a H&R Block, empresa americana que faz imposto de renda de 25 milhões de pessoas nos Estados Unidos, e neste ano entrou no Brasil em parceria com a Semco. As cinco empresas que faziam parte da holding foram transferidas à Semco Partners. Com isso, a nova empresa de participações chega com faturamento anual de cerca R$ 120 milhões.

As atenções também estão voltadas a projetos locais. "No mercado, muitos executivos deixam a empresa em que trabalham e têm projetos interessantes, mas não têm recursos e apoio para tocar. Nós temos muito interesse nesses projetos. Podemos entrar como sócios", disse Michel Harari.



Veículo: Valor Econômico


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