Uma das maiores editoras de livros Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), a editora Atlas está encerrando o ano com um faturamento de R$ 54 milhões e um lucro operacional de R$ 8,5 milhões. Os resultados representam uma alta de 12,5% e 45,5%, respectivamente, em relação ao desempenho do ano anterior.
"Nosso foco são os cursos de administração, economia, contabilidade e direito. Em algumas áreas como engenharia, por exemplo, não entramos porque o índice de desistência dos alunos é extremamente alto", explica Luiz Herrmann Júnior, presidente da Atlas e neto do fundador da editora criada em 1944.
Neste ano, a editora vendeu 1,4 milhão de exemplares, quase 200 mil a mais do que o total de 2007. É uma quantia interessante levando-se em consideração que há no país cerca de 4,6 milhões de universitários de instituições particular e públicas, segundo dados de 2006 do Ministério da Educação.
Porém, não é apenas o volume vendido pela Atlas que chama atenção do mercado e sim seu catálogo. A editora possui 1,4 mil títulos, sendo que 90% é composto por autores brasileiros. "Nem sempre uma tradução atende à realidade do país. Além disso, é comum que os bons professores escrevam livros, com cases brasileiros, e os adotem nas universidades em que dão aula", explica.
A Atlas está inserida no segmento CTP, que vendeu 22,2 milhões de exemplares e faturou R$ 415,6 milhões em 2007, segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL). O principal empecilho para um crescimento maior desse tipo de obra é a prática de copiar páginas e até mesmo livros inteiros nas faculdades.
Ainda assim, as editoras apostam nesse segmento. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a Atlas já foi sondada por várias editoras para ser adquirida. "Não temos interesse nesse tipo de negociação", diz Herrmann Júnior.
Nessa área de CTP, há o Grupo Editorial Nacional (GEN), holding criada em meados de 2007 e formada por seis editoras. Além do GEN, cujo faturamento previsto para este ano é de R$ 100 milhões, o setor conta com a presença de grupos internacionais como a britânica Pearson e a americana Cengange Learning, ex-Thomson Learning. A Ediouro é outro grupo forte com interesse em entrar nesse segmento por meio de aquisições.
Veículo: Valor Econômico