HP adota lojas próprias para reforçar presença no varejo

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Em parceria com revendas, a Hewlett Packard (HP) passa hoje a integrar a lista de empresas de tecnologia que estão investindo no conceito de lojas próprias para impulsionar suas vendas no Brasil.

 

As primeiras seis unidades das chamadas "HP Stores" serão inauguradas ainda neste mês nas cidades de Santos, Suzano, Salvador, Natal, Recife e Fortaleza. Até o fim de 2009, o total deve atingir 50. Nelas, produtos de consumo, como computadores, impressoras, telefones e câmeras dividirão espaço com equipamentos para pequenas e médias empresas. 

 

Segundo Cláudio Raupp Fonseca, vice-presidente do grupo de computação pessoal da HP Brasil, as lojas serão abertas e administradas por parceiros, com apoio da fabricante para a montagem e a padronização dos ambientes, o que diferencia a proposta da abordagem de empresas como Nokia e Samsung. "Nada impede que em um mesmo centro exista mais de uma loja, mas não será um movimento oportunista", comenta. O executivo não revelou o total de investimentos da HP, nem o valor que ela oferece de apoio aos parceiros para a montagem da loja. 

 

Profissionais treinados pela empresa apresentarão as características e aplicações dos equipamentos e as lojas poderão vender produtos que a HP não desenvolve, como placas de vídeo, som e programas de computador. Raupp afirma que não serão oferecidas vantagens comerciais para os parceiros das HP Stores. "O relacionamento continua o mesmo." 

 

Os três pilares da estratégia - que começou com um teste mundial na Colômbia em 2007 e já está sendo desenvolvida também na Argentina, em um total de 18 lojas - são o aumento da presença de produtos HP nas pequenas e médias empresas, a expansão geográfica para além dos grandes centros e o aumento da presença no varejo. "O Nordeste é um foco muito importante", acrescenta Raupp. 

 

Faz um ano que a HP atua no Brasil com pontos-de-venda dentro de lojas, em redes varejistas como Saraiva e Fast Shop. Já existem 40 espaços em funcionamento e mais 35 devem ser inaugurados até março do ano que vem. 

 

O faturamento da HP Brasil cresceu 28% no ano fiscal de 2008, encerrado em outubro. Segundo a empresa de pesquisas IDC, ela divide com a IBM a liderança em receita bruta em 2007, com R$ 4,7 bilhões. Incluindo a EDS (adquirida em maio) na conta, o total sobe para R$ 5,1 bilhões. Com o investimento nas lojas próprias, Raupp acredita que a empresa está montando uma infra-estrutura para sustentar o crescimento futuro. 

 

"O momento de crise é oportunidade para que os mais sólidos tenham boas oportunidades. E a HP está mais preparada que os outros para ganhar mercado neste momento", avalia. Para ele, por se tratar de um projeto de longo prazo, a estratégia não será afetada pelo atual contexto de crise econômica e de potencial desaceleração nas compras de produtos de tecnologia. O executivo admite, no entanto, que a velocidade de abertura de lojas pode ser reduzida caso o cenário fique muito ruim. Mas, em 2009, as 50 lojas só não saem "caso algo muito grave aconteça". 

 

Para Henrique de Campos Júnior, gerente de mercado e inteligência de negócio da Marco Consultora, com lojas próprias a HP consegue vencer limitações de espaço e políticas comerciais de varejistas e ainda fortalece sua proposta de provedor completo de produtos de tecnologia. 

 

Veículo: Valor Econômico


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