A Cadbury, segunda maior fabricante de chocolates e confeitos do mundo, anunciou ontem que suas vendas estão crescendo menos na América do Norte, uma vez que os consumidores já não vão às lojas de conveniência com a mesma freqüência de antes e os varejistas, por sua vez, estão reduzindo seus pedidos para esgotar o que têm nas prateleiras em um esforço para preservar seu caixa.
Todd Stitzer, executivo-chefe da companhia, disse ontem que, mesmo sendo o chocolate e outros tipos de balas e doces produtos mais "à prova de crises" que outras categorias de mercadorias supérfluas, o mercado está sofrendo.
"Os consumidores estão muito cautelosos e por isso estão reduzindo suas idas a lojas de conveniência. Também caiu a freqüência de passageiros nos aeroportos e estações de trens, que são pontos-de-vendas muito importantes", disse Stitzer.
O executivo acrescentou que, na outra ponta, varejistas e atacadistas estão diminuindo a velocidade de reposição de estoques para evitar grandes desembolso de capital.
A companhia também anunciou que Andrew Bonfield, foi indicado como o novo diretor-financeiro, no lugar de Ken Hanna, que se aposentará em abril do ano que vem. Bonfield foi o executivo número um da área de finanças do laboratório americano Bristol-Myers Squibb e deve começar sua carreira na Cadbury em fevereiro.
Apesar do clima econômico não muito favorável, Stitzer afirmou que a Cadbury deve fechar 2008 com um bom resultado, próximo do que havia previsto para o ano, ou seja, um crescimento de até 6% no faturamento sobre 2007, com uma expectativa de aumento nas margens de 1,3 ponto percentual em relação ao ano anterior.
A companhia também reiterou que está compromissada a alcançar margens em torno dos 16% até 2011. Segundo o que já foi divulgado pela empresa, as vendas mundiais cresceram 7% entre janeiro e setembro.
No Reino Unido, ao contrário do que acontece nos EUA, as vendas da Cadbury, segundo Stitzer, vão bem graças ao relançamento do chocolate Wispa e à boa receptividade da linha de Natal. Com isso, segundo o executivo, a participação da empresa no mercado britânico cresceu para 30%, com alta de meio ponto percentual em relação a 2007.
Stitzer também confirmou que a empresa está realmente vendendo sua divisão australiana de bebidas. A subsidiária não teria mais interesse naquele mercado depois de ter pedido no início do ano os direitos sobre a franquia da marca Red Bull. Segundo analistas, a venda poderia alcançar US$ 753 milhões, que ajudariam a reduzir o endividamento da companhia.
Veículo: Valor Econômico