Preço no atacado recua e IGP-10 sobe 0,03% em dezembro

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A valorização do dólar frente ao real ainda não afetou os preços de produtos industrializados. O ritmo de queda das cotações das commodities tem compensado o câmbio e diminuído a pressão inflacionária, principalmente nos itens alimentícios. Este cenário é evidenciado pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) que subiu apenas 0,03% em dezembro, recuando 0,70 ponto percentual em relação a novembro. No acumulado em doze meses houve queda de 11,49% para 10,27%. O IGP-10 não tinha uma alta tão forte em um ano desde 2004 (12,42%), informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

A maior contribuição para essa desaceleração partiu do Índice de Preços por Atacado (IPA) que registrou deflação de 0,22% em dezembro, face alta de 0,81% de novembro. O indicador reflete o comportamento do grupo Bens Finais (0,48% para -0,16%), com destaque para o subgrupo alimentos processados (1,09% para -0,74%). O índice relativo a Bens Finais (ex), calculado sem os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, registrou alta de 0,05%, frente 0,96% no mês passado.

 

O grupo Bens Intermediários teve deflação de 0,88% no período. No mês anterior, houve alta de 1%. Três dos cinco subgrupos apresentaram desaceleração, com destaque para materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de 1,29% para -0,30%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, registrou variação de -0,79%. No mês anterior, foi registrada variação de 1,13%.

 

O índice de Matérias-Primas Brutas passou de 0,89% para 0,71%, com retração das taxas de itens como: arroz (3,03% para -7,29%), minério de ferro (14,26% para 7,53%) e algodão (1,31% para -6,11%). As principais altas ocorreram em produtos como tomate (-2,94% para 64,28%), soja (-2,91% para 1,35%) e café (-2,13% para 1,04%).

 

No varejo os preços subiram. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aumentou 0,62% em dezembro ante novembro (0,49%). Seis dos sete grupos componentes do índice apresentaram acréscimos, com destaque para Habitação (0,37% para 0,57%), grupo influenciado pelas altas de tarifa de energia residencial (0,13% para 0,74%), material de limpeza (0,35% para 0,91%) e equipamentos eletrônicos (0,22% para 0,86%).

 

Contribuíram para a aceleração do IPC-10 os grupos: Alimentação (0,91% para 1%), Transportes (0,12% para 0,31%), Despesas Diversas (-0,15% para 0,22%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para 0,59%) e Educação, Leitura e Recreação (0,29% para 0,41%). Nestes grupos, vale destacar os avanços registrados pelos itens hortaliças e legumes (-3,66% para 5,89%), tarifa de táxi (0,00% para 1,93%), mensalidade para TV por assinatura (-1,21% para 1,95%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,37% para 0,62%) e cursos não-formais (0,11% para 0,94%), respectivamente.

 

Apenas o grupo Vestuário (0,91% para 0,37%) apresentou decréscimo em sua taxa de variação, com desacelerações nos subgrupos: roupas (1,19% para 0,68%) e calçados (0,48% para -0,52%).O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) caiu de 0,74% para 0,33%, sendo que os três grupos componentes registraram quedas: Materiais (1,32% para 0,47%), Serviços (0,70% para 0,57%) e Mão-de-Obra (0,17% para 0,14%).

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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