A safra 2008/09 de laranja do Estado de São Paulo, responsável por quase 90% da produção brasileira, foi reduzida para 360 milhões de caixas de 40,8 kg, ante 368,2 milhões de caixas na previsão de maio, informou ontem o Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado ao governo paulista. Na temporada anterior (2007/08, ano industrial de julho a junho), São Paulo produziu 365,8 milhões de caixas.
Na sua segunda estimativa para a safra 08/09, o governo cita a influência da doença greening como redutor da produtividade média dos pés nas regiões mais tradicionais. Além disso, uma seca na época da florada no final do ano passado também afetou a produtividade da safra, segundo analistas.
A produção de laranja para a indústria no estado será de 306 milhões de caixas, contra 316 milhões previstos na estimativa anterior. A safra da laranja de mesa, para consumo doméstico, foi estimada em 54 milhões de caixas, ante 49 milhões na previsão de maio, acrescentou o IEA, que a partir de agora divulgará discriminadamente os números da fruta para indústria e consumo doméstico.
No ranking da produção, a região de Barretos ainda ocupa o primeiro lugar, com 45 milhões de caixas, seguida por São João da Boa Vista (31 milhões), Limeira (30 milhões) e Araraquara (29 milhões). De acordo com o IEA, em número de pés, são 41 milhões de novas árvores e 191 milhões em produção, número acima do apontado pelo setor produtivo. Por município, Avaré, no sul do estado, ocupa o primeiro lugar no ranking de produção, com 5,4 milhões de novas plantas, seguido por Bauru e Botucatu.
"Esses números evidenciam a migração geográfica da laranja para o sul do estado", afirmou o IEA. Essa migração vem sendo feita pela indústria com o objetivo de desenvolver pomares em áreas com menor incidência do greening.
Rendimento. "A influência do greening nos pomares paulistas voltados para a indústria fica explícita também no rendimento médio por pé. A região de Araraquara, uma das mais afetadas (e tradicionais), apresenta o menor rendimento de caixa/pé com 1,36, sendo a média estadual 1,88", afirma o relatório do IEA. Em Avaré, a produtividade chega a 2,24 caixas por pé e em Botucatu, a 1,99 caixa.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, a estimativa de safra do IEA está superestimada, pois o órgão trabalharia com um parque produtivo em São Paulo maior do que realmente é.
"Acho que eles precisam fazer uma nova avaliação do parque produtivo, estão prometendo isso para o ano que vem. O parque produtivo (para laranja da indústria) é de 150 milhões de árvores, são dados da própria indústria", disse Viegas.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ