Preço do leite tem alta inesperada

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Forte calor reduziu o desempenho produtivo dos animais na maioria das regiões pesquisadas

Motivo é a redução na captação do produto, que ficou 5,2% menor na comparação com a do mês anterior.


O preço pago pelo leite em Minas Gerais em fevereiro, referente à produção entregue em janeiro, apresentou alta de 1,3% no preço líqüido, que ficou, na média do Estado, em R$ 0,832. A variação positiva, que não era esperada devido ao período de safra, se deve à redução registrada na captação do produto, que ficou 5,2% menor quando comparada com a obtida no mês anterior. Os dados foram apurados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A alta também foi registrada na média ponderada dos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. O preço recebido pelo produtor em fevereiro, referente à produção de janeiro, aumentou 1,35% na média em relação ao mês anterior, com o litro cotado em R$ 0,8219, preço líqüido. O preço bruto, ou seja, quando se consideram frete e impostos, subiu para R$ 0,8941 por litro. Este valor, se comparado ao do mesmo período do ano passado, está levemente superior (0,6%).

Motivos - De acordo com os pesquisadores do Cepea, a queda observada na captação do Estado está diretamente ligada ao aumento dos custos de produção, o que limita a capacidade de investimentos dos pecuaristas no rebanho.

Insumos importantes como o concentrado e os fertilizantes tiveram pequenas altas no início deste ano. Porém, como esperado, o custo de produção aumentou com o reajuste do salário mínimo, que tem impacto direto nas despesas com mão de obra.

Além dos custos mais altos, outro problema apontado pela equipe Cepea é o forte calor, que reduziu o desempenho produtivo dos animais na maioria das regiões pesquisadas.

O levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Gado de Leite, mostra que o Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), em Minas Gerais, ao longo de janeiro apresentou alta de 0,73%, quando comparado com dezembro. No período o maior impacto foi registrado nos custos com a mão de obra, que ficaram 7,36% superiores, devido ao reajuste do salário mínimo.

Também impactaram na produção o aumento dos gastos com qualidade do leite, que foi reajustado em 2,09, seguido pelo grupo de sanidade, com variação positiva de 1,17%, concentrado, 0,43% e sal mineral, com elevação de 0,17%. Nos últimos 12 meses, os custos de produção do setor acumulam alta 26,18%. Produção e compra de volumosos tiveram redução de 0,10%.


Regiões - De acordo com o levantamento do Cepea, em Minas Gerais, o preço do leite aumentou 1,2 centavo em janeiro, sendo negociado em média de R$ 0,9050, valor bruto, elevação de 1,32%. O preço líqüido ficou em R$ 0,8328%, alta de 1,3%.

Em apenas uma região pesquisada no Estado, foi registrada queda. De acordo com o Cepea, no Sul/Sudoeste o valor recebido pelo pecuarista recuou 0,81% em fevereiro, atingindo a média líquida de R$ 0,817 por litro do produto. O valor bruto, R$ 0,953, teve variação positiva de 0,22%.

No Estado, a maior alta foi verificada no Triângulo e no Alto Paranaíba, onde os valores recebidos pelos pecuaristas foram reajustados em 33,33% e o preço do litro de leite chegou a R$ 0,871. O valor bruto nas regiões alcançou 0,942, incremento de 2,94%.

Alta também na região do Rio Doce, onde o pecuarista recebeu em média 2% a mais pela comercialização do leite. O preço médio líqüido praticado na localidade foi de R$ 0,87. O máximo chegou a R$ 0,963 e o mínimo a R$ 0,761.

O pecuarista de Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) recebeu praticamente o mesmo valor praticado em dezembro, uma vez que houve variação positiva de apenas 0,1%, com o litro do leite avaliado em R$ 0,871. O preço máximo foi de R$ 0,986 e o mínimo de R$ 0,761.

Na Zona da Mata os preços pagos pelo litro de leite alcançaram R$ 0,819, variação positiva de á0,35%. O valor mínimo ficou em R$ 0,733 e o máximo a R$ 0,885.

Para o pagamento de março, referente à produção entregue em fevereiro, a maior parte dos representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea, 56% dos entrevistados, que representam 52,1% do volume de leite amostrado, acredita em estabilidade nos preços. Já para 34% dos entrevistados, que representam 41,9% do volume de leite amostrado, a expectativa é de nova alta e 10% dos consultados, 6% do volume amostrado, acreditam que deve haver queda nas cotações.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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