O Dia Internacional da Mulher, além de ser marcado por protestos que visam melhorar as condições do sexo feminino principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho, tem se tornado uma das melhores datas para o comércio de flores, atrás apenas do Dia das Mães, Finados e Dia dos Namorados. E a força motriz desse movimento são as encomendas corporativas. Empresas têm adquirido o costume de presentear suas funcionárias e, hoje, representam em média 70% dos pedidos. A expectativa de floriculturas da região é vender, em média, 100% frente aos dias normais e também em relação à mesma data do ano passado.
"De quatro anos para cá a data vem ganhando cada vez mais importância e adeptos. Hoje, vendemos muito para clínicas, bancos e escolas", explica Líria Okumura, proprietária da Okumura Flores, de São Bernardo. "O Dia da Secretária, inclusive, comemorado em 30 de setembro, tem perdido força. As encomendas têm se concentrado no Dia da Mulher." Embora o forte da empresa sejam decorações, pelo menos 4.000 rosas serão entregues hoje a representantes do sexo feminino. "Todo mundo tem pelo menos uma mulher em casa. Fica difícil não se lembrar e presenteá-las com pelo menos uma rosa."
Rosas, aliás, são o carro-chefe da data. E vermelhas. Com preços que variam de R$ 2 a R$ 5, o botão decorado, elas lideram a preferência. Há empresas que optam por violetas, com valores em torno R$ 4, ou kalanchoes, conhecidas popularmente como vasinhos da fortuna, pelo mesmo custo. Arranjos de minirrosas são os eleitos por firmas menores ou que dão presentes diferenciados a algumas funcionárias e saem por volta de R$ 50. Mesmo caso da orquídea chuva de ouro, a partir de R$ 60. Como aliado das flores, têm se popularizado os pedidos de cestas de café da manhã, com preços que partem de R$ 90.
"O conceito de que mulher só gosta de presentes sofisticados e caros mudou muito ao longo dos anos. Hoje em dia as pessoas se preocupam mais em demonstrar atitude delicada e carinhosa", diz o diretor do Sindiflores (Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo), Edison Alexandre.
A Sakura Flores, de Santo André, entrega hoje cerca de 10 mil rosas unitárias. "Em um mês sem datas comemorativas vendemos, no máximo, 5.000", revela a gerente Simone Ferreira. Por conta do Dia da Mulher, o investimento na aquisição de flores, que gira em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil mensais, subiu para R$ 25 mil. "Neste ano, o movimento está 80% melhor em relação aos dias comuns e 100% em comparação à mesma data em 2012."
A proprietária da Maria Fulô, de Diadema, Edna Gloder Baltazar, contava com a venda de pelo menos 700 rosas, montante mais de 100% maior do que em meses sem datas comemorativas. "Embora no ano passado as vendas estivessem melhores, esse é um período em que o comércio de flores fica bastante movimentado."s
Atacado oferece desconto de até 50%
O Mercado de Flores da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), em Santo André, espera fechar a semana com pelo menos 30% a mais em produtos comercializados frente a períodos comuns. "Este ano já começamos vendendo mais do que em 2012, com média mensal de 69 toneladas de flores, contra 65 no ano passado. Ainda não temos o valor fechado, mas comercializados, por mês, em 2012, R$ 720 mil", conta Vilson Prates, técnico agrícola e responsável pelo Mercado de Flores.
Quem tiver tempo e disposição, pode ir ao mercado, que abre apenas as quartas e sábados, das 5h às 10h, e primordialmente abastece as floriculturas da região. Por trabalhar bastante com vendas no atacado, e deixar de lado os arranjos e fitas coloridas, os preços são até 50% menores. "Um maço de 30 rosas é vendido por R$ 10, enquanto que, nas lojas, uma dúzia não sai por menos de R$ 20."
Outros exemplos são: gérberas, cujo maço sai a R$ 25; violetas, uma caixa com 15 vasos é vendida por R$ 28 (R$ 1,86 a unidade) e begônias, seis vasos a R$ 42 (R$ 7 a unidade).
Veículo: Diário do Grande ABC - SP