O governo deve mesmo ficar preocupado com os estoques de alimentos básicos e com uma eventual pressão na inflação. Os dados de ontem da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que o volume total de alimentos no final desta safra 2012/13 será um dos menores dos últimos anos.
Os estoques de arroz serão de 1,4 milhão de toneladas, segundo estimativa da Conab. Esse volume é 39% menor do que a média dos quatro anos anteriores e suficiente para pouco mais de um mês de consumo.
O feijão, outra preocupação do governo devido aos recentes aumentos de preços, tem situação ainda mais delicada. Os estoques finais da safra 2012/13 serão de apenas 258 mil toneladas, abaixo das 324 mil de 2012, quando esse volume já tinha mostrado forte queda em relação às 636 mil de 2011.
Com a perda de espaço para outras culturas mais rentáveis, o feijão deverá ocupar uma área de 3,19 milhões de hectares neste ano, 2,3% menos do que no ano passado. A produção do país fica em 3,28 milhões de toneladas.
Os estoques de trigo também não são confortáveis. O país termina a safra 2012/13 com apenas 800 mil toneladas, 33% menos do que no ano passado.
A situação só não se complica muito porque os estoques de milho, cereal importante na produção de proteínas, sobem para 15,6 milhões neste ano. Tradicionalmente terminam a safra próximos de 6 milhões de toneladas,
Esse bom volume inibe elevações bruscas de preços no milho, mesmo com o mercado externo favorável às exportações nos últimos meses.
O país ficará mais confortável também com a soja, que terá estoques finais de 3,4 milhões de toneladas, ante 444 mil no ano passado.
A produção da oleaginosa deverá ser recorde, superando os 80 milhões de toneladas nesta safra.
Veículo: Folha de S.Paulo