As duas primeiras linhas da nova fábrica de chocolates da marca mais antiga do Brasil, a gaúcha Neugebauer, pertencente desde 2009 à Vonpar Alimentos, começam a operar em maio em Arroio do Meio, no Vale do Taquari. A direção da empresa pretende ativar todas as áreas de processamento industrial para elaborar cerca de 40 produtos da marca até outubro, fechando definitivamente a antiga planta em Porto Alegre.
Parte dos 400 empregados que atuam na Capital será transferida a Arroio do Meio e à Vonpar Bebidas. A planta no interior abrirá 700 empregos diretos - 160 já estão ocupados. A produção de chocolates e da linha Mu-Mu (também comprada pela Vonpar) será integrada à Vallerius, de balas e pirulitos, outra aquisição do grupo nos últimos anos.
Para elevar a proximidade com consumidores, a Vonpar abrirá em 2014 a primeira loja- -conceito de seus produtos, que será em Porto Alegre, com investimento de R$ 2 milhões e inspirada nos modelos de grifes como M&M’s e Hershey’s, frequentadas por brasileiros em Nova Iorque.
A empresa espera o resultado de uma pesquisa para detectar novos nichos, ampliar o portfólio e as estratégias nos novos mercados, entre elas se usará o nome Neugebauer nos produtos em regiões onde a marca não é conhecida. Em seis anos, a nova unidade, que sugou R$ 160 milhões, garantirá que a marca triplique a produção para avançar em regiões que hoje representam apenas 20% das vendas. Também já está decida que a capacidade será duplicada em 2020, com menores aportes devido ao nível tecnológico dos equipamentos.
Do que é produzido hoje, 60% ficam no Estado e 20% entre Paraná e Santa Catarina. O volume sairá de mil toneladas ao mês para duas mil a três mil, na escalada até 2019. “Crescemos 5% em 2012. Foi frustrante, pois há limitação da fabricação”, justificou o vice-presidente do braço de alimentos do grupo Vonpar, Cláudio Fontes, indicando receita de R$ 350 milhões no ano passado. “Agora vamos ter produto para sair do Estado.” Para 2013, a meta é elevar o faturamento em 10% nominais, mesmo com estabilidade no mercado de chocolates, que chegou a crescer acima de 15% até 2010. O trunfo será o volume de produto.
O desafio será mudar as fatias de cada segmento. Nos bombons, a Neugebauer detém até 10% das vendas, e mal chega a 5% em barras de chocolate. Fontes informou que a prioridade é avançar no Sudeste e Nordeste, usando a malha de pequenos varejos, cerca de um milhão de pontos em todo o País. Centros de distribuição posicionados em São Paulo e na região metropolitana de Recife enviarão barras, bombons e demais quitutes aos estados-alvo - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará.
Veículo: Jornal do Comércio - RS