Pequenos agricultores usam receitas naturais diversas para combater as pragas que invadem as plantações. Chegada de novas tecnologias de controle pode ser reforço para fórmulas antigas
O controle biológico de pragas pode ser usado com eficácia em grande ou pequena escala. No município de Sete Lagoas, na Região Central do estado, onde pequenos produtores chegam a produzir individualmente 500 pés de alface por semana, além de hortaliças variadas como couve, repolho e verduras, cenouras, abóbora, beterraba e temperos, como a cebolinha, as pragas são controladas naturalmente.
A chegada do tempo frio já preocupa os produtores rurais, que lutam contra a nematoide, organismo que provoca doença nas alfaces, só aplacada pela rotação de culturas. Benedito Rafael da Costa, tesoureiro da Associação das Hortas Comunitárias de Sete Lagoas e agricultor, conta que no local os agrotóxicos são proibidos. Sendo assim, todo o controle é feito com o uso de produtos naturais, utilizados por cerca de 80 produtores. As pragas mais comuns são pulgões e lagartas. Mas ocorrem também ataques de joaninhas e de pássaros.
VISADAS “Couve, brócolis e repolho sofrem com as lagartas. A couve é atacada também pelo pulgão, o agrião pelas joaninhas. Doenças provocadas por fungos são vilões do quiabo”, explica Benedito Rafael da Costa.
Para cada praga o agricultor, que há 19 anos está na atividade, tem na ponta da língua uma receita. Para fortalecer as hortaliças, a calda bordalesa. Para afugentar pássaros, espantalhos e fios de CDs, que refletem a luz. Para a mancha branca do quiabo, pulverizações com leite cru vindo direto do curral ou com a calda de enxofre. Ao todo são dezenas de receitas que têm alvo certo. Servem para fortalecer a planta, afugentar e eliminar pragas. “Até hoje temos conseguido garantir a produção com essas fórmulas, mas sempre esperamos o desenvolvimento de novas tecnologias naturais de controle que possam nos ajudar a produzir com mais segurança produtos como a alface”, comenta.
Veículo: Estado de Minas