Vendas à vista crescem, mas varejo teme estagnação no crediário

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As vendas do comércio nesse último fim de semana cresceram em relação ao fim de semana anterior. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o volume de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que serve como um indicador das vendas a prazo, aumentou 10,7% nos dias 19 a 21 em relação aos dias 12 a 14 (fim de semana anterior). As compras de menor valor cresceram mais ainda, indicando o impacto do pagamento do 13 º salário. As consultas ao UseCheque, termômetro das vendas à vista, aumentaram 33,8% no mesmo período.
 


"O 13º aqueceu as compras à vista de lembrancinhas, de vestuários e dos centros tradicionais da capital, com o Bom Retiro e da 25 de Março", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. 

 

O balanço do mês de dezembro, no entanto, deve ser de estagnação do volume de mercadorias vendidas em relação a 2007. A estimativa da entidade é que, na média dos presentes, juntando os duráveis e os de menor menor valor, as vendas não variem significativamente sobre o Natal passado. "Há grandes lojas projetando crescimento, mas são casos isolados, e mesmo a expectativas delas está menor do que o esperado antes de outubro", diz Alfieri. 

 

O balanço fechado até o último dia 21 indica que as vendas dos produtos que dependem de crédito já desaceleraram em dezembro em relação ao mesmo mês no ano passado. Segundo a ACSP, o volume de consultas ao SCPC caiu 3,3% entre os dias 1 a 21 de dezembro deste ano sobre o mesmo período de 2007. As compras de menor valor, por sua vez, cresceram. As consultas ao UseCheque aumentaram 2,1% no mesmo período. "Está dentro da nova realidade após os resultados das vendas do Dia das Crianças, que já vieram com desaceleração", diz o economista da ACSP. 

 

O shoppings sentiram um aumento do movimento de consumidores no último fim de semana da ordem de 12% a 15% em relação ao ano passado, um indicativo de que as vendas podem ter sido melhores. Segundo a associação que representa o grupo, a Alshop, o desempenho das vendas tem variado bastante de setor para setor. O ramo de brinquedos, por exemplo, tem sentido mais a queda nas vendas, enquanto o de perfumaria continua com um ritmo bom. 

 

No balanço das atividades, porém, a expectativa da entidade é positiva. A aposta é de que 80% dos segmentos de comércio instalados nos shoppings tenham crescimento de vendas sobre o Natal de 2007. "O crescimento é abaixo das expectativas antes da crise, mas ainda assim ele deve existir", diz Nabil Sahyoun, presidente da entidade. O aumento das vendas deve permitir, segundo estimativas da associação, um incremento de 4% a 5% do faturamento real dos lojistas. 

 

"Será um resultado importante considerando que 2007 é uma base de comparação forte", diz. O economista da Associação Comercial paulista lembra, por sua vez, que o ano de 2007 foi o melhor Natal dos últimos 10 anos para os comerciantes. "O movimento não está ruim para o comércio, mas a falta do crédito reflete na queda das compras à prazo", diz Alfieri. 

 

Veículo: Valor Econômico


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