As pêras americanas não serão uma unanimidade na ceia desse ano. O volume de importação caiu 38% em relação a 2007. E esta é a temporada das roliças e carnudas frutas que ganham lugar de destaque nas festas. "Este ano vamos faturar US$ 6 milhões contra os US$ 9,5 milhões do ano passado", diz Francesco Sicherle, representante no país da USA Pears. Vários fatores impactaram nesse resultado. A desaceleração das encomendas, a instabilidade do câmbio, uma queda na safra de 32% e ainda o frete que subiu 20%. "Nossas frutas chegam refrigeradas e por via marítima. O custo é muito maior que das pêras argentinas, por exemplo." A expectativa até outubro era que faltasse pêra para todo mundo, mas crise mudou o cenário rapidamente. "Em 1994 chegamos a importar 1,3 milhão de caixas. A crise jogou nosso resultado em 2001 para 230 mil caixas. Ganhamos experiência no mercado brasileiro, com e sem crise . Demos todo suporte para o desenvolvimento do mercado e estamos otimistas que teremos um ano melhor em 2009."
A crença no mercado brasileiro se reflete nas verbas de marketing que cresceram 15% este ano e vão aumentar mais 22% em 2009 e outros 15% em 2010. " A expectativa é que o Brasil vai ter capacidade de consumo." A estratégia será fortalecer a área de food service, promovendo mais o produto junto aos chefs, e em nos cursos de culinária que se multiplicam pelo país. Fora as ações nas escolas e nos pontos de venda - o Pão de Açúcar é seu principal parceiro. Enquanto isso, ele recomenda novas formas de consumir a pêra, como grelhada para acompanhar o churrasco. Mas público cativo mesmo, ele tem com Antônio, seu filho de 1 anos e 8 meses. "Entre as frutas, é o purezinho que ele mais gosta."
Veículo: Valor Econômico