Comercialização foi beneficiada pela combinação de ganhos na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
O mercado interno de soja foi marcado, na semana passada, por forte valorização nos preços e melhora na movimentação do produto. De acordo com analistas de Safras & Mercado, a comercialização foi beneficiada pela combinação de ganhos na Bolsa de Mercadorias de Chicago e boa valorização do dólar comercial frente ao real, garantindo condições favoráveis aos preços domésticos.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 55,50 no dia 11 para R$ 58,50 no dia 18. No mesmo período, o preço passou de R$ 54,00 para R$ 56,00 em Cascavel (PR); de R$ 46,50 para R$ 49,50 em Rondonópolis (MT); de R$ 48,00 para R$ 50,00 em Dourados (MS) e de R$ 49,00 para R$ 52,00 em Rio Verde (GO).
Conforme Safras, a elevação dos preços internos seguiu o bom desempenho do mercado futuro internacional. Em Chicago, os contratos com vencimento em maio subiram 2% no acumulado da semana passada, passando de US$ 14,02 para US$ 14,30 o bushel. A boa performance dos contratos foi determinada pelo aperto na oferta americana da oleaginosa.
Chicago abriu a semana em baixa, sentindo o impacto negativo da informação de que o PIB chinês cresceu menos do que o esperado no primeiro trimestre do ano. A China é o principal comprador mundial de commodities e o crescimento menor que o previsto provocou uma queda generalizada, incluindo a soja.
A partir do dia 16, no entanto, o mercado reagiu. Primeiro, houve recuperação técnica. Depois, o cenário fundamental de curto prazo se fez valer ao indicar estoques apertados de soja nos Estados Unidos, combinados com demanda aquecida, tanto dos processadores como dos importadores, que temem pelo fim da oferta nos próximos meses.
Logística - De acordo com análise de Safras & Mercado, outro problema que afeta o setor é o caos logístico no Brasil, com o atraso nos embarques de soja nos portos. Nesse sentido, os compradores optam por adquir a oleaginosa nos Estados Unidos, em um período onde normalmente a demanda se desloca para a América do Sul, em plena colheita da nova safra.
O comportamento do câmbio, avaliou Safras, ajudou a elevar os preços e movimentar o mercado interno. O dólar comercial subiu 2,13%, fechando o dia 19 a R$ 2,017. A alta da moeda americana torna os produtos de exportação do Brasil mais atrativos, caso da soja. As explosões em Boston e os temores sobre o futuro da economia europeia também contribuíram para uma semana intranqüila no mercado financeiro, fazendo com que os investidores buscassem amparo em aplicações mais seguras, caso da moeda americana.
Veículo: Diário do Comércio - MG