Varejo deve recorrer às novas tecnologias

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Apesar das crises dos últimos anos, o crescimento do comércio mundial continua expressivo e a sobrevivência tanto do grande quanto do pequeno varejista depende mais do que nunca de estratégias que visem não só aumentar a produtividade e eficácia em sua gestão como também utilizar ferramentas que antecipem as necessidades dos consumidores. Tudo isso deve ser integrado por um sistema que inclui lojas físicas e todos os recursos do universon online.
 
Por isso, o Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas (GVcev) realizou ontem o seminário "Produtividade e eficácia no varejo", no qual especialistas abordaram estratégias a serem adotadas para enfrentar a competitividade cada vez maior no comércio brasileiro e em escala global.
 
Roberto Matsubayashi, gerente de Inovação e Alianças Estratégicas da GS1 Brasil (antiga Associação Brasileira de Automação), ressaltou que este avanço tecnológico cada vez mais rápido em todo o mundo está provocando mudanças profundas no varejo. Segundo ele, a grande dificuldade que os varejistas brasileiros enfrentam atualmente é escolher sua plataforma de negociações online porque muitos não conseguem definir seu perfil de negócios nem conhecer bem o seu consumidor.
 
Estes dois itens são fundamentais para a escolha dos instrumentos adequados de atendimento e de fidelização dos clientes.
 
Ao mesmo tempo, o gerente da GS1 Brasil afirmou que é necessário um sistema de gestão adequado ao perfil de cada empreendimento e que as ferramentas escolhidas devem auxiliar em todas as etapas de administração, como o relacionamento com os clientes e com os fornecedores, bem como técnicas de logística e uso de ferramentas tecnológicas, como código de barras e de compartilhamento de informações.
 
Comunicação – Outra estratégia essencial, segundo Matsubayashi, é utilizar ao mesmo tempo todos os meios de comunicação com os consumidores. Assim, além das lojas físicas, o varejista deve utilizar sites, redes sociais, mídias móveis para iPhones, todos integrados com padrões de ações compostos da identificação precisa das ofertas de produtos e promoções. A trajetória escolhida, que passa do meio físico para o virtual e vice-versa, deve levar em conta as características e as necessidades dos clientes.
 
Para Claudio Czapski, superintendente da ECR Brasil, a eficiência na gestão do varejo passou por profunda transformação depois que os consumidores tiveram crescimento de renda e mais acesso às informações. Ele lembrou que, há algumas décadas, era a indústria que ditava o ritmo das relações com os consumidores ao criar os produtos esperando que os compradores se adequassem a eles. Atualmente, é o comércio quem trava um melhor relacionamento com os compradores em razão da maior proximidade entre os dois e consegue antecipar seus desejos.
 
Em sua palestra "Viabilizando a eficiência pela colaboração", o executivo ressaltou a necessidade de troca de experiências e estratégias entre os dois canais para que eles possam atender com mais rapidez um público cada vez mais específico e exigente. "O processo para se atingir a colaboração entre todos os membros da cadeia, que vai da indústria até o comércio, é complexo e precisa ser atingido através de ações conjuntas destes dois atores", disse Czapski.
 
Para atingir esta meta, indústria e comércio precisam criar estratégias alinhadas e compartilhar informações, o que ainda é difícil atualmente entre as duas partes, disse Czapski. Além disso, é necessário superar as iniciativas de ação que compreendem apenas o curto prazo e modificar padrões de atuação de equipes e de diferenças de ritmo que existem entre a atuação do varejo, do setor produtivo e dos consumidores, que na sua opinião passaram a exigir produtos com características específicas e serviços eficientes.
 
Perdas – O melhor atendimento e a capacidade de antecipar os desejos dos clientes só podem ser alcançados, segundo o professor da FGV-EAESP, Orlando Cattini, se o varejo conseguir reduzir perdas e eliminar desperdícios. Inicialmente, o empreendedor tem que identificar a origem de suas perdas, que vão além das mais conhecidas (furtos) e incluem fraudes e ineficiência.
 
Cattini ressaltou que dentro das rotinas diárias de trabalho do comerciante de todos os portes é preciso relacionar erros administrativos, falhas na precificação dos produtos, quebras, sobras e obsolescência de estoques. Segundo ele, já existem tecnologias e processos adequados para auxiliar tanto pequenos e grandes empreendedores. Outros recursos para elevar os ganhos em tempo de crescimento da competitividade são o uso de tecnologias de capturas de dados que possam dar ao empresário visão mais profunda dos clientes e de seus produtos e serviços.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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