O setor de higiene pessoal e cosméticos reviu, novamente, o crescimento de 2008, passando de 8,6% para 10,4% ante 2007. "O setor é dinâmico e forte. Só os meses de outubro e novembro registraram um crescimento de 17%", afirmou João Carlos Basílio, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Para 2009, a meta da Abihpec é continuar crescendo na casa dos dois dígitos. "Isso porque não estamos sentindo perigo de inflação", afirmou Basílio. As fabricantes de higiene pessoal e perfumaria Albany e Antídoto Cosméticos esperam um crescimento em torno de 30%.
Em setembro, com o início da crise financeira internacional, a Abihpec havia baixado a previsão de crescimento do setor, chegando a 8,6%, número alcançado no acumulado do ano até agosto. No entanto, o bom desempenho nos meses de outubro e novembro fez o setor retomar a previsão de 10,4%.
Para a Albany, a queda das vendas de setembro para outubro existiu, mas foi pouco significativa. "Estamos trabalhando com itens que fazem parte da cesta básica como sabonetes, que é uma categoria privilegiada", explicou Vanessa Gardano, gerente de Marketing da Albany.
Segundo Basílio, presidente da Abihpec, as empresas estão tendo que repor mercadorias. "Isso porque o comércio entrou mais precavido, porém as vendas estão superando as expectativas", afirmou. Sendo assim, o primeiro trimestre de 2009 deve ser "sem crise e sem traumas", conforme acredita Basílio. "Vamos depender muito mais do clima do que da economia. Se nós tivermos efetivamente um verão quente, vamos vender muito", completou.
No verão, a mudança de hábito dos consumidores faz as vendas de todas as categorias do setor subir. Para a Albany, as vendas no fim do ano e no primeiro trimestre aumentam cerca de 40%. Segundo o presidente da Abihpec, o fato dos consumidores tomarem mais banhos aumenta não só o consumo de shampoos e sabonetes, mas também de pasta de dentes, por exemplo. "São ações que se associam umas às outras e fazem as vendas aumentar", explica Basílio.
A Antídoto Cosméticos tem um aumento de 30% de vendas nas linhas voltadas para o calor. "É uma época mais forte que o inverno", afirma Marcelo Sarpe, diretor de negócios e expansão da empresa. "As marcas de cosméticos trabalham para época como o natal e dia das mães, por exemplo, quando a sazonalidade é muito representativa", explica Sarpe.
O setor ainda aproveita a disposição de compra no verão para investir agressivamente em lançamento de produtos - que, segundo a Abihpec, acontecem em sua maioria durante o verão e representam de 25% a 30% do faturamento das empresas. "Esperamos um boom de vendas. Acabamos de relançar a linha de desodorantes, já visando a alta demanda do verão", explicou Vanessa, da Albany.
Veículo: DCI