Belo-horizontino agiu menos por impulso.
Apesar de ter planejado mais suas compras em maio, o consumidor da Capital não resistiu e, ainda assim, terminou o mês tendo feito gastos por impulso. Foi o que revelou a Pesquisa de Orçamento Doméstico realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). O levantamento do quinto mês do ano revelou que 80,4% dos belo-horizontinos afirmam registrar as despesas no papel ou na planilha. Na pesquisa anterior, esse número havia sido de 70,9%. O lado positivo foi que as compras por impulso também caíram, passando de 39,9% para 37,6%.
"Isso ainda é uma característica do consumidor de Belo Horizonte e de todo o país. Ele planeja e, no final das contas, não cumpre. Há uma incoerência entre o planejamento e o hábito, o que pode resultar em falta de segurança financeira para o futuro, já que as finanças não são fielmente projetadas", avalia a analista de pesquisa da Fecomércio, Luana de Oliveira.
A pesquisa ouviu 400 pessoas no período entre 20 a 23 de maio, com o objetivo de traçar o quadro da atual situação das famílias e do consumidor em relação ao orçamento domiciliar, ou seja, a postura de organização e planejamento da renda.
Por meio das entrevistas, a entidade descobriu ainda que 49,2% dos entrevistados conseguem pagar seus compromissos em dia. Porém, não registra nenhum excedente. Este valor apresenta estabilidade se comparado ao da última pesquisa, que apontou 49,3% do resultado.
Os consumidores que recorrem a algum tipo de financiamento - como cartão de crédito ou cheque especial - para cobrir seus gastos, representaram 4,7% em maio frente a 4,6% em abril. Já os que sempre recorrem a algum tipo de financiamento, mas ainda assim não conseguem quitar suas dívidas representaram o mesmo índice do mês anterior.
Entre as despesas correntes da maioria das pessoas consultadas, teve destaque para a maioria (26,5%), em maio, o item alimentação/supermercado. Logo em seguida apareceu água (20,3%), energia elétrica (13,2%), telefone fixo (8,4%) e escola (6,7%).
No que se refere aos compromissos financeiros, o cartão de crédito representou 61% do peso dos gastos no orçamento doméstico, registrando aumento frente a abril, quando correspondeu a 55,3%. Por outro lado, os financiamentos de carros apresentaram recuo no mês, e representaram 5,1% ante a 10,3% em abril. Os carnês de loja em maio também apresentaram queda na mesma base de comparação, com 2,5%.
Produtos e serviços - Em relação aos produtos e serviços mais consumidos, o grupo de alimentação foi o mais citado, representando 48,4% dessa modalidade como meio de pagamento. As compras com roupas, calçados e acessórios representaram 30,7%. A seguir, as compras com eletrônicos representaram 7,3% da participação nas compras dos consumidores. As compras em telefonia apresentaram 7% e veículos corresponderam a 2,2% das respostas.
Já quanto à forma de pagamento, o uso do cartão de crédito parcelado como instrumento de financiamento correspondeu a 75,2%. Essa opção é estimulada pela parcela sem juros, aliada a prazos mais dilatados. O uso do cartão de débito foi citado por 71,5% dos entrevistados. Além disso, a grande maioria (90,7%) optaria pela compra a vista caso lhes fosse oferecido desconto. Segundo a analista, isso revela a força do preço como vantagem competitiva.
Veículo: Diário do Comércio - MG