Ferramenta se consolida e apresenta novas versões, com mais dados
O consumidor passa pelo caixa do supermercado e, se o produto estiver com o prazo de validade vencido, o alerta será dado na tela do computador pelo próprio código de barras, impedindo a efetivação da venda. A nova versão da tecnologia, que já é tão conhecida do público, começa a ganhar mercado no Brasil justamente no ano em que a ferramenta completa 30 anos de uso no País. Além do tradicional código de 13 dígitos, foram desenvolvidas novas alternativas, como o GS1 DataBar, que tem dimensões reduzidas e maior capacidade de armazenar dados, sistema que trará vantagens aos players do varejo e ao consumidor.
A disseminação do código GS1 DataBar começou em 2010, e a expectativa é de que, em breve, a tecnologia tenha adoção plena pela cadeia de abastecimento. O varejo ainda está em fase de adaptação de softwares, leitores e coletores, a fim de decodificar e processar as informações do código GS1 DataBar e os dados adicionais, como lote e validade.
O GS1 DataBar possibilitará a identificação de produtos com espaço limitado, com melhor desempenho de leitura e capacidade de incluir informações adicionais, como números de série, lote e vencimento. Itens como cosméticos, componentes eletrônicos e de telecomunicações, ferragens, joias, entre outros, poderão ser facilmente identificados. “Trabalhamos efetivamente no suporte e orientação ao varejo para que o País adote o GS1 DataBar”, destacou João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação durante o Brasil em Código – III Conferência Internacional de Automação e Logística, realizado ontem, em São Paulo.
Mas não é apenas o setor varejista que se beneficia da automação. A área da saúde também tem buscado no código de barras formas de garantir a excelência no atendimento. A adoção de projetos de rastreabilidade em hospitais e laboratórios farmacêuticos pode reduzir significativamente a chance de erro humano na hora de ministrar uma medicação, por exemplo. O GS1 DataMatrix, código bidimensional de tamanho reduzido, se adapta às menores embalagens e comporta todas as informações necessárias para se ter total controle da trajetória de um medicamento, do laboratório farmacêutico à administração no paciente. Segundo Oliveira, o Brasil tem servido de exemplo para outros países nesse quesito.
Independentemente da atividade, a rastreabilidade foi apontada como tendência durante o evento. Em tempos de recall de produtos contaminados, como os recentes casos da fraude do leite, do recolhimento do suco Addes e do achocolatado Toddynho, e de medicamentos trocados em hospitais, acompanhar a trajetória do produto tem sido cada vez mais importante. “O consumidor passa a exigir esse tipo de ação, e a tecnologia é fundamental no processo”, destaca Oliveira. Tanto que a preocupação tem começado já em quem produz. Os agricultores começam a atentar para a necessidade de garantir a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor. A rastreabilidade permite saber se ocorreu contaminação química, biológica ou perda de qualidade durante o processo e retirar rapidamente o produto de circulação se houver necessidade.
Veículo: Jornal do Comércio - RS