Grupo de higiene e beleza faz reforma para dar poder a nova geração de líderes
DO "FINANCIAL TIMES"
A Procter & Gamble (P&G) está planejando uma reforma em seu quadro executivo que criará quatro novos postos para executivos vistos como possíveis futuros líderes da empresa, em sucessão a Alan George Lafley, que retornou recentemente à presidência executiva do grupo, diz uma fonte próxima à companhia.
A reorganização no grupo, cujas marcas incluem Crest, Gillette e Pampers, provavelmente será uma das primeiras reformas a serem anunciadas nos próximos dias por Lafley, que voltou da aposentadoria para substituir Bob McDonald.
Lafley, que escolheu McDonald como sucessor em 2009, terá por foco desenvolver uma nova geração de líderes capacitados para assumir a companhia, disse outra fonte familiarizada com a P&G.
Os analistas antecipam que Lafley, presidente-executivo da P&G entre 2000 e 2009, mantenha o posto ao qual retornou por um prazo de um a três anos.
A reformulação envolverá a divisão das marcas da P&G em quatro novos grupos, cujos comandantes se reportarão diretamente a Lafley.
Os novos grupos substituirão a atual divisão em duas unidades, a de produtos domésticos e a de beleza e higiene pessoal, que não contam com líderes individuais.
É provável que haja mais de quatro candidatos disputando os novos postos.
Entre eles estarão os quatro atuais líderes de grupos de produtos: Martin Riant, presidente do grupo de fraldas e produtos para bebês da P&G; Giovanni Ciserani, do grupo de produtos para lavagem de roupas; Deborah Henretta, do grupo de marcas de beleza; e David Taylor, do de produtos domésticos.
Também estarão na disputa dois líderes regionais: Melanie Healey, que comanda as operações da P&G na América do Norte, e Mary Lynn Ferguson-McHugh, que comanda as operações da empresa na Europa Ocidental.
PRESSÃO
O retorno de Lafley foi visto por Wall Street como sinal da impaciência do conselho com relação ao desempenho chocho da companhia, e como indicação de que, para os conselheiros, McDonald não desenvolvera candidatos viáveis para sucedê-lo.
A missão do conselho da P&G inclui auxiliar "no desenvolvimento dos planos de sucessão e continuidade para o comando da empresa".
John Faucher, analista do JPMorgan, afirmou em relatório, depois do retorno de Lafley na semana passada, que "provavelmente haverá pressão dos investidores pela consideração de candidatos externos, mas a estratégia de promoção interna da companhia tem raízes profundas, e não consideramos de deva ser abandonada agora".
Veículo: Folha de S. Paulo