Hortaliças são alternativa no Sul de Minas.
Produtores de morango do Sul de Minas investem na diversificação para aumentar a renda e reduzir os riscos de perdas com doenças e pragas. Berinjelas e pimentões são cultivados em Pouso Alegre e, em Senador Amaral, as mudas de brócolis tipo ninja já dividem espaço com os morangos. As hortaliças são plantadas no final da colheita dos frutos do morangueiro, aproveitando a estrutura de irrigação já montada, os túneis de proteção e até resíduos dos fertilizantes já aplicados.
"Esse sistema de consórcio dilui o custo de produção, que antes precisava ser compensado apenas com o morango", explica Sérgio Carvalho, coordenador estadual de Fruticultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Segundo ele, a oferta e a qualidade do morango no varejo devem melhorar, na segunda quinzena de junho, quando começa o ponto alto da safra. " quando começam a chegar ao mercado os morangos de segunda florada, de melhor qualidade", informa.
Sérgio Carvalho avalia que chuvas, que estão mais freqüentes neste outono, não devem afetar a produtividade neste ano, devido aos cuidados adotados pelos produtores. "A maioria já adota o regime de cultivo em túnel baixo. Assim, as plantas ficam protegidas por plásticos, que podem ser retirados para ventilação e manejo, durante o dia. Esse sistema melhora a sanidade da cultura", explica o coordenador da Emater-MG.
Em 2013, a produção de morangos deve ficar abaixo da obtida no ano anterior. Será o reflexo da redução da área plantada, de 1.926 hectares em 2012 para cerca de 1.720 hectares atualmente. "A safra de 2012 não teve retorno satisfatório para os produtores, em termos de preço, e por isso é natural uma redução de área, com um investimento menor", analisa Sérgio Carvalho.
A colheita de morangos em Minas Gerais chegou a 89,4 mil toneladas em 2012. A região Sul responde por 90% do total do Estado, com 27 municípios produtores. Minas Gerais é o principal produtor, com 63% do mercado nacional. Cerca de metade desse total vai para São Paulo, outros 30% abastecem o Rio de Janeiro e o restante, apenas 20%, é distribuído entre Minas e alguns Estados do Nordeste.
Cerca de 5 mil produtores estão envolvidos no cultivo do morango em Minas, com média de 0,3 hectare para cada. "Se considerar uma família média de quatro pessoas, são 20 mil pessoas que dependem diretamente do morango. No total, em toda a cadeia produtiva, a cultura gera 25 mil empregos, diretos ou indiretos", afirma o coordenador da Emater-MG. Sérgio Carvalho lembra que o cultivo do morango exige emprego intensivo de mão-de-obra. "Atualmente, os produtores trazem até trabalhadores de outros Estados, como Tocantins, para trabalhar na colheita durante o pico da safra", destaca.
Veículo: Diário do Comércio - MG