MEDIDAS
Produção de cacau também é ameaçada por praga que se instalou no Estado
As produções de cupuaçu e cacau sofrem uma ameaça no Pará. Na semana passada, uma reunião de emergência foi realizada na Superintendência Federal de Agricultura do Pará (SFA/PA), entre diversos órgãos agropecuários para discutir a disseminação da praga conhecida como “Broca-do-Cupuaçu”. O encontro estabeleceu as medidas que deverão ser tomadas para impedir que a praga afete a produção paraense.
As larvas do besouro Conotrachelus humeropictus se instalam e estragam os frutos, caso se espalhe, o problema pode comprometer 60% da produção. O risco é grande, já que o Estado atualmente é o maior produtor de cupuaçu do Brasil, com 41,2 mil toneladas ao ano, e o segundo na produção do cacau com 63,8 mil toneladas. Segundo o último levantamento da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), que acompanha o processo desde 2011, foram identificados focos da broca nos municípios de Santarém, Rurópolis, Belterra, Aveiro, Placas e Moji dos Campos. Diversos órgãos participaram da reunião e decidiram pedir um investimento de R$600 mil para o Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau) para combater a larva.
Segundo a engenheira agrônoma da gerência de cacau e cupuaçu da Adepará, Ana Karen Belfort, o problema que estava restrito ao cupuaçu foi detectado nos cacauzeiros, o que aumentou o nível de alerta. “A broca está presente também no Amazonas e Rondônia. Para proteger nossas áreas realizamos três ações: delimitação do foco com levantamento fitossanitário, ações sanitárias voltadas para a educação dos produtores e fiscalização das barreiras para não deixar passar os frutos in natura das áreas atingidas”, explicou.
Os investimentos da Funcacau irão contribuir para desenvolver um trabalho em um período de três anos com reforço da fiscalização pela Adepará e pesquisa de combates alternativos a praga. No ano passado, o órgão realizou cinco seminários para 508 produtores dos municípios de Medicilândia, Uruara, Tome-Açu, Rurópolis e Belterra.
INFESTAÇÃO
A disseminação do inseto para outras áreas acontece pela própria ação humana, pois ao transportar os frutos contaminados para locais onde não há registro, abrir e descartar de forma inadequada as frutas, o besouro entra no meio ambiente. De acordo com o fiscal federal da SFA/PA, órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wagner Xavier, o besouro chegou de outros estados pela rodovia Transamazônica. Os órgãos tentam impedir que o inseto se instale nas principais cidades produtoras, que são Tome-Açu, do cupuaçu, e Medicilândia, do cacau. “Se ela chegar a essas cidades, esse vai ser mais um elemento de despesa para o produtor que terá que controlar a praga”, relata.
Veículo: O Liberal - PA