Em mais uma cruzada para tentar conter o avanço de preços, o governo decidiu ampliar o crédito para os produtores de alimentos. A estratégia, no entanto, é vista com ressalvas tanto por produtores quanto por analistas, para quem, isoladamente, a medida não trará o efeito desejado: reduzir a pressão dos hortigranjeiros sobre a inflação.
O valor que poderá ser emprestado a cada agricultor que cultivar tomate, batata inglesa, cebola, feijão, mandioca, legumes e verduras pulou de R$ 800 mil para R$ 2 milhões. Os demais produtores do país tiveram o seu limite ampliado para R$ 1 milhão. O incentivo já havia sido anunciado na divulgação do Plano Safra 2013/2014, mas só foi confirmado em reunião extraordinária pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na terça-feira.
Alimentos com incentivo continuam acima da inflação
Os sete alimentos que receberam incentivo do Planalto têm registrado aumento bem acima da inflação oficial – de 6,5%. Em março, quando o acumulado em um ano atingiu 6,59%, ultrapassando o teto da meta, o tomate tomou momentaneamente o lugar do dragão e se tornou o símbolo da inflação.
Com a entrada da safra de alguns itens no mercado e com a retirada de impostos de produtos da cesta básica – outra aposta do governo para domar a inflação –, o preço dos alimentos começou a recuar no segundo trimestre do ano, mas, continuará alto.
Com essa resistência, especialistas sugerem alternativas para diminuir o custo, como tecnologias que usam menos insumos importados para diminuir preço final, o que significa também reduzir a produtividade.
Veículo: Diário Catarinense