Cenário é desfavorável para a cafeicultura

Leia em 2min 40s

Cotações continuam em queda livre.

O mês de junho chegou ao final e foi mais um período de perdas no mercado internacional do café. As cotações seguiram recuando e o cenário segue o mesmo, de sentimento de boa oferta global combinado com uma demanda tranqüila. As preocupações com a economia americana e europeia voltaram a dar seus sinais e a subida do dólar contra outras moedas, e contra o real em particular, pressionou ainda mais para baixo o café nas bolsas de futuros.

A colheita do café no Brasil vai evoluindo e segue como fator baixista. Os indicativos continuam sendo de uma safra ampla para os padrões de um ano de bienalidade baixa produtiva. Lá fora, o clima melhorou muito para a safra futura do Vietnã, que foi presença forte vendedora no mês, pressionando as cotações do robusta na Bolsa de Londres.

No lado da demanda, os grandes compradores não se importam em transferir seus estoques para a mão dos produtores, em época de apreensão com a economia mundial, de menor crédito. Continuam com a estratégia de manter compras da mão-para-boca, o que vem funcionando, não trazendo pressão de alta para as cotações. Afora isso, o verão no Hemisfério Norte arrefece o consumo em grandes nações consumidoras.

Quanto ao dólar, a moeda americana seguiu avançando em relação ao real em junho, acumulando até o dia 27 no comercial uma valorização de 2%. No mercado de café isso é fator negativo na medida em que o Brasil ganha ainda maior competitividade nas exportações, podendo melhorar o seu ritmo de embarques.

Enfim, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a distribuição de recursos do Funcafé para a temporada no Brasil. O governo quer dar fôlego para que o produtor possa segurar 10 milhões de sacas. Nem isso teve um reflexo mais forte na Bolsa de Nova Yorque, que baliza a comercialização do arábica no mundo.


Bolsa - No balanço mensal, o contrato setembro do café arábica na Bolsa de Nova York caiu de 129,15 centavos de dólar por libra-peso ao fim de maio para 121,90 cents nesta quinta-feira (27/06), acumulando desvalorização de 5,6%. Mas NY chegou a ter preço abaixo de US$ 1,20 e deve testar ainda o fundo do poço. As cotações caíram aos patamares mais baixos desde meados de 2009.

Na Bolsa de Londres, o café robusta também tombou. Depois do Vietnã, o sentimento agora é de pressão adiante com a entrada da safra da Indonésia. O contrato setembro do robusta em Londres recuou em junho até o dia 27 de US$ 1.923 para US$ 1.745, queda de 9,2%.

No mercado físico brasileiro de café, o único alento é que o dólar ao subir limita o efeito negativo das perdas nas bolsas. Ainda assim, no balanço mensal o arábica bebida dura caiu no sul de Minas Gerais de R$ 287,00 a saca para R$ 285,00 e o conillon tipo 7 em Vitória (ES) de R$ 243,00 para R$ 238,00. Sobra para o produtor brasileiro muita frustração e esperança que novas medidas do governo possam frear o quadro desfavorável em julho.



Veículo: Diário do Comércio - MG






Veja também

Moinhos vão buscar trigo nos EUA

Como a nova safra de trigo brasileira só começa a ser colhida na primavera, no curto prazo há pouca...

Veja mais
Preço da farinha sobe 20% e pressiona pães e massas

Argentina deixa de exportar trigo, o que diminui ainda mais oferta da matéria-prima no BrasilA decisão da ...

Veja mais
Selo contra a crise do café

Comercialização de grãos certificados para os europeus será fechada este mês, com valo...

Veja mais
Quase 80% da safra de soja negociados

Aceleração das vendas em junho está ligada ao aumento do preço, com produtores voltando ao m...

Veja mais
Construção de outlets cresce no Brasil

São Paulo - Nos próximos anos, o Brasil deverá ganhar muitos shoppings centers no formato outlet. D...

Veja mais
Adidas espera recorde de vendas

Negócios devem somar 2 bi de euros.São Paulo - Em 2014, a Adidas espera atingir seu novo recorde de vendas...

Veja mais
Produtora de biscoitos inicia plano agressivo de expansão

Quando Márcio Peres retornou ao Brasil no final da década de 1980, após passar uma temporada nos Es...

Veja mais
Os planos de crescimento da 'nova' Itambé

A mineira Itambé começa hoje uma nova etapa de sua história. Quatro meses depois do anúncio ...

Veja mais
Empresas fazem 'big brother' dos consumidores

Na busca por produtos ao gosto do freguês, companhias observam e filmam clientes em testes em laboratórios ...

Veja mais