Os efeitos da crise devem provocar atraso de pelo menos um mês na recomposição dos estoques das principais redes de varejo que operam no País. Conforme os analistas, nem mesmo o esforço adicional do comércio, que nessa temporada de promoções vem oferecendo descontos de até 80% para produtos de maior valor agregado, reduzirá rapidamente os estoques de artigos de bens duráveis, sobretudo das linhas branca e marrom.
"As redes que conseguirem desovar os estoques agora vão ser mais cautelosas com as novas encomendas, à espera de uma maior clareza sobre a demanda. Isso pode levar pelo menos um mês", diz o professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Julio Sérgio Gomes de Almeida.
Segundo ele, as encomendas para a renovação das mercadorias nesse início de 2009 estão mais baixas do que o normal, na comparação com os últimos anos. "Haverá uma renovação parcial dos estoques, o que deve retrair a atividade industrial em alguns setores", diz Almeida. O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, ressalta que os primeiros meses de 2009 vão ser de vendas menos aquecidas, ao contrário do ano passado, mais favorável.
Veículo: DCI