A ALL Logística registrou prejuízo líquido de R$ 74,4 milhões no segundo trimestre, segundo balanço divulgado ontem pela própria empresa. O desempenho teria sido afetado pela baixa contábil dos ativos na Argentina, país em que as concessões da companhia foram rescindidas pelo governo no início de junho, sob alegação de descumprimento de contrato.
Já no acumulado do primeiro semestre, o resultado líquido registrou perdas de R$ 46,5 milhões, também impactado pelo efeito negativo de R$ 228,6 milhões das operações na Argentina.
Em comunicado oficial, entretanto, o diretor-presidente da empresa, Alexandre Santoro, minimiza as perdas. "Os resultados dessa operação representaram uma parte muito pequena dos resultados consolidados da ALL nos últimos anos, mas vinham exigindo um foco desproporcional da administração", disse. "Excluindo o efeito das operações na Argentina, o lucro líquido aumentou 28,5%", destacou o executivo.
A empresa ainda disse que os ativos da ALL Argentina possivelmente não poderão ser recuperados.
Processos
No Brasil, apesar do resultado ainda positivo, a alegação de descumprimento de contratos fez com que a empresa virasse alvo de investigação em cinco processos na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), se tornando a empresa com o maior número de ações ajuizadas contra ela.
Excluindo os efeitos da baixa na Argentina, a ALL teve um lucro de R$ 171,6 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 5,5% sobre o mesmo período de 2012.
Já o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou R$ 578,4 milhões, alta de 12,6% na mesma base de comparação. Segundo a ALL, o crescimento no Ebitda foi influenciado pelas operações ferroviárias.
Contratos
Mesmo em meio um período instável, a ALL anunciou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) emitiu licença de operação para o trecho ferroviário entre Itiquira e Rondonópolis (MT). Além disso, também foi emitida licença para o Complexo Intermodal de Rondonópolis. De acordo com fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa iniciará nesta terça-feira a fase de testes no novo trecho e realizará o primeiro carregamento ferroviário no Complexo de Rondonópolis. A ALL afirmou que os volumes transportados devem crescer de forma gradual e prevê que, ao longo de setembro, este novo trecho ferroviário deverá operar dentro da capacidade regular.
Veículo: DCI