Tradicional fabricante de massas, a mineira Vilma Alimentos começa 2009 investindo em novos mercados. A empresa acaba de assinar um acordo com o grupo Prolimg e ficará responsável pela produção e comercialização dos produtos da marca Super Globo - que já pertenceu a multinancional norte-americana Clorox - ao longo do ano, tendo prioridade para a aquisição até dezembro. Segundo Cézar Tavares, vice-presidente da Vilma, atualmente a empresa produz apenas água sanitária, mas a idéia é fabricar também desinfetantes, detergentes e amaciantes ainda neste ano.

 

"Água sanitária é o produto que tem o menor valor agregado de todos que a fábrica tem tecnolgia para produzir", disse Tavares. A capacidade de produção da fábrica, que fica localizada em Contagem, é de 1 milhão de litros de água sanitária por mês. Segundo o executivo, a Vilma deve começar a administrar a fábrica utilizando 30% desse total. "Mas queremos chegar a capacidade plena ainda este ano", informou Tavares.

 

A expectativa da Vilma é que as vendas de água sanitária representem R$ 10 milhões este ano. A fabricante de alimentos fechou 2008 com faturamento de R$ 415 milhões, alta de 15% em relação ao ano anterior.

 

Hoje, a água sanitária Super Globo possui 3% desse mercado - que faturou R$ 695 milhões em 2007. A meta, segundo Tavares, é alcançar pelo menos 15% até o final de 2009. "Isso vai dar um motivo para continuarmos", disse.

 

Durante os primeiros meses da parceria, a Vilma deve comercializar os produtos da Super Globo apenas nos estados em que possui vendas diretas: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás. "É uma região que engloba 57 milhões de habitantes", disse Tavares. Segundo ele, a Vilma possui 900 vendedores diretos, além dos representantes comerciais, que atuam no Brasil inteiro. Após o início das vendas de água sanitária nesses estados, a empresa também pretende iniciar a comercialização dos produtos de limpeza nacionalmente por meio dos distribuidores.

 

"Queremos buscar os mercados desses produtos de maior valor agregado, aproveitando contatos e relações comerciais", afirmou Tavares.

 

O executivo disse também que os consumidores possuem uma percepção muito boa da marca Super Globo. "Esse é um mercado em que o produto é considerado multiuso. Os consumidores usam para limpar roupas, pisos, além de utilizarem para higienização de alimentos", afirmou Tavares.

 

Aquisição da Pirata

 

Se confirmado o negócio com a Super Globo, esta será a segunda aquisição da Vilma desde o ano passado, quando, em julho, concluiu a aquisição da fabricante de molhos e temperos Pirata, também de Minas Gerais.

 

"Nesses seis meses tivemos uma imersão nesse mercado de molhos e temperos. Foram seis meses de aprendizado e gostamos do que vimos", afirmou Tavares.

 

A Pirata, que quando foi comprada possuía 3 mil clientes ativos, fechou 2008 com um portfólio de 9 mil clientes. "E vamos chegar a 20 mil este ano", disse.

 

Em produção, a empresa encerrou 2008 com 2 mil toneladas e espera encerrar 2009 alcançando 5 mil toneladas de temperos e molhos. "É um produto muito interessante", disse. "Tem peso baixo e valor agregado interessante", concluiu o executivo.

 

Massas

 

Além de buscar novos mercados, a Vilma também prepara expansão da produção no mercado de massas. Segundo Tavares, no próximo ano deve começar a funcionar a primeira máquina de macarrão instantâneo da empresa. Em 2007, a Vilma entrou nesse mercado com produção terceirizada e, a partir deste ano, assumirá toda a produção. A nova máquina terá capacidade para mil toneladas por mês. Em 2008, as vendas de massas da empresa cresceram 5%, para 66 mil toneladas.

 

A empresa também vai ampliar a produção de massas especiais em 500 toneladas; planeja colocar em funcionamento um novo equipamento para fabricação de massas de cortes curtos em agosto de 2009 - que terá capacidade para 2 mil toneladas/mês; e investirá em outra máquina, para cortes longos, prevista para entrar em funcionamento em 2010, com capacidade de produção de 3 mil toneladas por mês. Com os investimentos, a capacidade de produção da empresa alcançará 12 mil toneladas mês.

 

Veículo: Gazeta Mercantil