Produtividade e custo são os desafios na soja

Leia em 1min 50s

Os produtores de Mato Grosso começam a levar as máquinas para o campo para o início de plantio da safra 2013/14. A grande discussão é como será a renda desta nova safra, uma vez que os custos sobem e a produtividade estacionou próxima dos 3.000 quilos por hectare.

Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, entidade que promoveu ontem a abertura nacional do plantio da safra 2013/14 em Sinop (MT), diz que doenças, pragas e falta de tecnologia são os grandes empecilhos para o avanço de produtividade.

O produtor terá um novo desafio, ainda, que é a ocupação de parte das áreas de pastagem com a oleaginosa. Em algumas áreas, as mais bem conservadas, as condições do solo podem até garantir boa produtividade. Essa não será, no entanto, a regra geral, uma vez que nos solos mais pobres é possível que a produção fique próxima de 40 sacas por hectare. O normal é de 50 a 60 sacas.

Presente ao evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, chamada pelo setor como a "embaixadora" do agronegócio, afirmou o que o produtor precisava ouvir: novas ações do governo em ferrovias, estradas, portos.

Silveira diz que a situação dos produtores brasileiros só não fica pior neste ano devido à quebra de safra nos Estados Unidos. Previam 93 milhões de toneladas, mas o clima derrubará a produção para 85 milhões toneladas.

Com uma tendência de queda nos preços da soja na próxima safra, o produtor deverá fazer contas e buscar uma redução de custos, já que o aumento de produtividade está difícil.

Para Silveira, o produtor terá de buscar mais renda por meio de um manejo melhor das culturas, uma vez que a tecnologia não avança e algumas doenças como o nematóide e a ferrugem reduzem a produtividade.

O presidente da Aprosoja Brasil não deixa de criticar o governo, uma vez que não se consegue um avanço nos programas de extensão rural, necessários para a preparação da mão de obra. As máquinas ficam cada vez mais sofisticadas, mas o trabalhador não acompanha esse avanço tecnológico, aponta ele.

Ele não poupa também os produtores, que ficam cada vez mais distante de suas propriedades, deixando decisões importantes da gestão e do manejo nas mãos de outras pessoas.



Veículo: Folha de S. Paulo


Veja também

Preço da cesta básica varia 27% entre mercados da região

Gastar menos ao fazer a compra do mês é sinônimo de pesquisa. Entre os mercados da região, por...

Veja mais
Preços do açúcar registram recuperação

Quadro continua complicado para o produto, já que a Índia deve produzir mais na safra A ICE Futures US (Bo...

Veja mais
Trigo turco no biscoito brasileiro

A dificuldade de compra da farinha de trigo está fazendo o Brasil buscar novos parceiros para abastecer o mercado...

Veja mais
Alimentos e bebidas quer mudar imagem do setor lá fora

O setor de alimentos e bebidas nacional quer mudar a percepção de que comercializa somente commodities no ...

Veja mais
Calçadista Via Uno pede recuperação judicial

A calçadista Via Uno entrou com pedido de recuperação judicial para tentar organizar seu alto endiv...

Veja mais
Primicia dá início a processo de expansão por franquias

A marca de malas e acessórios para viagens Primicia está iniciando sua expansão pelo modelo de fran...

Veja mais
Estrangeiras ampliam atuação em moda e beleza no Brasil

O Brasil continua sendo o local em que grifes estrangeiras miram seus investimentos para crescer. Prova disso é a...

Veja mais
Renar assina contrato para reduzir R$ 23 mi no passivo

A Renar Maçãs, pioneira na produção e comercialização de maçãs i...

Veja mais
Após crise, Gap desembarca no Brasil

Com preços de 30% a 35% acima dos praticados nos Estados Unidos, na média, a varejista de moda Gap estreia...

Veja mais