Os produtores de Mato Grosso começam a levar as máquinas para o campo para o início de plantio da safra 2013/14. A grande discussão é como será a renda desta nova safra, uma vez que os custos sobem e a produtividade estacionou próxima dos 3.000 quilos por hectare.
Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, entidade que promoveu ontem a abertura nacional do plantio da safra 2013/14 em Sinop (MT), diz que doenças, pragas e falta de tecnologia são os grandes empecilhos para o avanço de produtividade.
O produtor terá um novo desafio, ainda, que é a ocupação de parte das áreas de pastagem com a oleaginosa. Em algumas áreas, as mais bem conservadas, as condições do solo podem até garantir boa produtividade. Essa não será, no entanto, a regra geral, uma vez que nos solos mais pobres é possível que a produção fique próxima de 40 sacas por hectare. O normal é de 50 a 60 sacas.
Presente ao evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, chamada pelo setor como a "embaixadora" do agronegócio, afirmou o que o produtor precisava ouvir: novas ações do governo em ferrovias, estradas, portos.
Silveira diz que a situação dos produtores brasileiros só não fica pior neste ano devido à quebra de safra nos Estados Unidos. Previam 93 milhões de toneladas, mas o clima derrubará a produção para 85 milhões toneladas.
Com uma tendência de queda nos preços da soja na próxima safra, o produtor deverá fazer contas e buscar uma redução de custos, já que o aumento de produtividade está difícil.
Para Silveira, o produtor terá de buscar mais renda por meio de um manejo melhor das culturas, uma vez que a tecnologia não avança e algumas doenças como o nematóide e a ferrugem reduzem a produtividade.
O presidente da Aprosoja Brasil não deixa de criticar o governo, uma vez que não se consegue um avanço nos programas de extensão rural, necessários para a preparação da mão de obra. As máquinas ficam cada vez mais sofisticadas, mas o trabalhador não acompanha esse avanço tecnológico, aponta ele.
Ele não poupa também os produtores, que ficam cada vez mais distante de suas propriedades, deixando decisões importantes da gestão e do manejo nas mãos de outras pessoas.
Veículo: Folha de S. Paulo