Gastar menos ao fazer a compra do mês é sinônimo de pesquisa. Entre os mercados da região, por exemplo, é possível pagar de R$ 343,10 a R$ 438,39 pela mesma quantidade e tipo de itens que compõem a cesta básica – uma diferença de 27,77% ou de R$ 95,29. Nesta semana, tanto o menor como o maior preço são encontrados em Ribeirão Pires. Em seguida, o melhor valor para encher o carrinho é verificado em estabelecimentos instalados em Santo André. Isso é o que aponta o levantamento semanal realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).
Os valores variam de acordo com a bandeira do mercado, já que os produtos comparados entre um estabelecimento e outro são os mesmos. Por essa razão, o engenheiro agrônomo da Craisa, e responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá De Benedetto, aconselha os consumidores a comprar apenas os itens mais baratos em cada estabelecimento. “E isso inclui aproveitar as promoções que são feitas, para gastar menos.”
Os itens que compõem o grupo dos hortifrúti (alimentos in natura, como verduras, legumes, frutas e ovos) são os que possuem maior variação entre os mercados: chegando a 118,55%. O quilo da cebola é o campeão, podendo variar entre R$ 0,99 e R$ 4,79 (383,84%) entre os estabelecimentos. Nesse grupo, em específico, o que conta muito é a qualidade do item. Na sequência, está a unidade da alface, comercializada entre R$ 2,39 e R$ 0,89 (168,54%).
O setor de higiene pessoal tem variação de 66,60%. O creme dental é o que mais chama a atenção, com variação de preço de 81,65%.
ENTRE AS SEMANAS - A cesta básica no Grande ABC ficou R$ 2,12 mais cara em comparação com a semana anterior, passando de R$ 415,16 para R$ 417,28 (0,51%), em média.
O destaque ficou com o tomate, cujo quilo encareceu 140,16%, passando de R$ 2,46 para R$ 2,71. Mesmo assim, o valor pago pelo fruto está bem aquém daquele que a dona de casa encontrou nos meses de maio e abril, principalmente quando o item das saladas e molhos alcançou patamares de dois dígitos: R$ 15.
A carne bovina também apresenta tendência de elevação dos preços. O corte de primeira passa a custar R$ 16,23 (alta de 1,31%). No corte de segunda, a alta é ainda maior: 4,25%, comercializado a R$ 11,03, o quilo. O agrônomo da Craisa explica que, mesmo apresentando pequenas elevações, os valores estão menores do que no mesmo período do ano passado, se desconsiderarmos a inflação. “O quilo das peças de primeira está R$ 1,20 mais caro do que em 2012, nessa época. Mesmo assim, os consumidores devem aproveitar para comprar antes que chegue novembro e dezembro, quando, sazonalmente, os valores ficam maiores devido às festas de fim de ano.”
Para contrabalancear, o arroz, o feijão e o leite – itens de grande peso na cesta básica –, estão com preços cada vez menores. No caso do cereal, a queda de 2,88% no valor nesta semana (R$ 8,42 o pacote de cinco quilos) acaba desestimulando a plantação, que tem início nesse período. “O lado bom é que o consumidor paga menos pelo alimento, mas se quase nenhum produtor ficar estimulado a cultivar o arroz, no ano seguinte pagaremos mais pelo produto”, diz De Benedetto.
O feijão está 4,60% mais barato, já que estamos em tempo de colheita (safra). O pacote de um quilo do grão é encontrado a R$ 3,32, em média. Já o litro do leite, ficou com preço estável, a R$ 2,54. A bebida já foi comercializada a R$ 2,73 neste ano. “Acredito que o ritmo de consumo deu trégua, e os produtores se viram obrigados a abaixar o valor do leite”, diz o especialista.
Veículo: Diário do Grande ABC